tag:blogger.com,1999:blog-17115642216009738762024-03-13T14:25:38.480+00:00Mort SafeUnknownnoreply@blogger.comBlogger143125tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-40102273213901614362023-09-15T17:17:00.001+01:002023-09-15T17:17:35.530+01:00«Casa de Autópsias»: do modelo parisiense ao cemitério enquanto substituto da Morgue na Lisboa de Oitocentos<p>Há uns anos atrás descobri que, na Paris do século XIX, se visitava a Morgue da cidade como quem vai ao teatro ou ao jardim.</p><p>Fiquei fascinada com o tema e fui comprando livros e procurando fontes e até <a href="https://taphophilia.blogspot.com/2011/11/um-seculo-de-exposicao-de-cadaveres.html">escrevi um pequeno texto aqui para o blog</a>. </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK0TqMoWfBpzInX4M8hcBJ2vI9yQeS4vXMIEi7W1wzckZbbq9UwwiRoV6xicpH99dT73L48LY2oe_YQB37txigCzkKEdX2UPdjQ6ZDHfKEHs7_7orNGASlFbOlKecvqn-6--SQ-kh-zydizXNxqkXQ4ZyxK1qlGlCUKF8E5mrIX_n7JEaGt5Rb1_zeRIE/s650/capa_rev.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="472" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK0TqMoWfBpzInX4M8hcBJ2vI9yQeS4vXMIEi7W1wzckZbbq9UwwiRoV6xicpH99dT73L48LY2oe_YQB37txigCzkKEdX2UPdjQ6ZDHfKEHs7_7orNGASlFbOlKecvqn-6--SQ-kh-zydizXNxqkXQ4ZyxK1qlGlCUKF8E5mrIX_n7JEaGt5Rb1_zeRIE/w161-h222/capa_rev.JPG" width="161" /></a></div>Em 2021 e 2022 tive a oportunidade de investigar o tema com maior profundidade, procurando também a resposta lisboeta para os problemas que eram endereçados pela Morgue de Paris.<p></p><p>Escrevi um artigo que é agora publicado no segundo número da <a href="http://www.romanthis.pt/" target="_blank">Revista RomantHis</a>, uma revista científica de acesso aberto sobre o Longo Século XIX no Mundo Português, entendido num sentido lato, enquadrando quatro grandes vertentes: História, Arte, Cultura e Património.</p><p>A revista é uma publicação periódica digital é da responsabilidade do Grupo "Saudade Perpétua" e propriedade da HistóriaSábias - Associação Cultural, coordenada por Francisco Queiroz (director), Cristina Moscatel (directora adjunta).</p><p><br />Podem ler o meu artigo <a href="http://www.romanthis.pt/RomantHis_2.pdf" target="_blank">«Casa de Autópsias»: do modelo parisiense ao cemitério enquanto substituto da Morgue na Lisboa de Oitocentos seguindo esta ligação</a>.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqZTlJGVljeTGDSgMA_m8fOLsZXIiUxyfJyMft42QTJtoGKnIwDLCmkTP-4cU5Ge8fsdofRHsRrRZdW31ZFJ3tDyEgh0vrywwr44LVFr3NNdFOSUGPAhGa9q73FnGxmghbf2EvIoBVvAaQ0asno0dxy8c-MLk6SkY8U8sk0bXX5d0gQkpVrBKPa9y0Nr0/s930/capa_art.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="930" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqZTlJGVljeTGDSgMA_m8fOLsZXIiUxyfJyMft42QTJtoGKnIwDLCmkTP-4cU5Ge8fsdofRHsRrRZdW31ZFJ3tDyEgh0vrywwr44LVFr3NNdFOSUGPAhGa9q73FnGxmghbf2EvIoBVvAaQ0asno0dxy8c-MLk6SkY8U8sk0bXX5d0gQkpVrBKPa9y0Nr0/w476-h331/capa_art.JPG" width="476" /></a></div><p>Este é ainda um tema em desenvolvimento e com várias linhas de investigação em aberto, mas o meu artigo pretende, desde já, ajudar a olhar para os cemitérios de outra forma e a procurar mais pistas e informações.</p><p></p><p>Espero que gostem.</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-27748271695557228432023-05-23T18:37:00.012+01:002023-06-03T19:54:19.300+01:00O Crime dos Prazeres<div style="text-align: justify;">A 21 de Maio de 2023 assinala-se o centenário da morte do 9.º Conde de Sabugosa: António Maria Vasco de Melo Silva César e Meneses, escritor, historiador, diplomata e mordomo-mor da Casa Real portuguesa. Figura incontornável das letras portuguesas na passagem do século XIX para o XX, integrou o grupo <i>Vencidos da Vida</i> (tendo sido até o penúltimo elemento a falecer, poucas semanas antes do poeta Guerra Junqueiro), expirando aos 71 anos.</div><div style="text-align: justify;">O funeral foi agendado para o dia seguinte no cemitério dos Prazeres, para o jazigo particular n.º1587 (construído em 1866) – o mesmo que albergou temporariamente em 1915 os restos mortais de Ramalho Ortigão, outro <i>Vencido da Vida</i>, enquanto a família deste mandava construir o jazigo que agora o acolhe no cemitério do Alto de São João. </div><div style="text-align: justify;">Esperava-se uma enchente no cemitério dos Prazeres para o funeral do Conde de Sabugosa e o polícia a quem foi confiada a tarefa de manter a ordem durante a cerimónia diria depois ao jornal <i>O Século</i> que um pressentimento o levara a pedir reforços à esquadra da Estrela, que lhe enviara os polícias de piquete. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiTuW0-Mhvwbf10CT7PCv9e-8A863ir_uiq88KymuvC89ukofrZDGpEqIwOrqJEiqREUU-aIVIhJgdpMsChIxjK2vEHqB2lDPm_ZMrW3GTM9pjLkmI7WhKTM5c22Zojj1gpHf0x5550Z0487V4PjL6zgul6y4LB3u-kYwI0AQT0EBubNBw2kmJs3Zn/s778/PT-TT-EPJS-SF-006-04392_m0001_derivada.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="778" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiTuW0-Mhvwbf10CT7PCv9e-8A863ir_uiq88KymuvC89ukofrZDGpEqIwOrqJEiqREUU-aIVIhJgdpMsChIxjK2vEHqB2lDPm_ZMrW3GTM9pjLkmI7WhKTM5c22Zojj1gpHf0x5550Z0487V4PjL6zgul6y4LB3u-kYwI0AQT0EBubNBw2kmJs3Zn/w320-h307/PT-TT-EPJS-SF-006-04392_m0001_derivada.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquivo Fotográfico do jornal <i>O Século</i><br />Torre do Tombo </td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Perto das 17:00 horas, já terminada a cerimónia e quando muitos dos acompanhantes se retiravam, aconteceu o impensável: o silêncio murmurante do cemitério foi rasgado por três tiros de pistola. Na altura, houve quem dissesse terem sido cinco, mas foram três – suficientes para matar um homem. </div></div><div style="text-align: justify;">Por entre as sombras dos ciprestes, encoberto pelos jazigos e perscrutando a multidão, António Nunes Canha aguardara Adolfo do Couto Viana, o gerente da fábrica da Companhia União Fabril (CUF) nas Fontaínhas, que tinha ido ao funeral do Conde de Sabugosa em representação de Manuel José de Melo: director da CUF e sobrinho do falecido. Pouco tempo antes, Nunes Canha fora despedido por Adolfo Viana; no dia do funeral, vendo-o passar a caminho do cemitério, seguiu a carruagem e decidiu recorrer à violência. Por entre gritos e corridas, Adolfo Viana perdia a vida, sangrando no chão sagrado do cemitério. </div><div style="text-align: justify;">Talvez em choque por ter tido sucesso no atentado, Nunes Canha deixou-se agarrar pelos polícias que escoltavam o cortejo fúnebre, sendo levado para o interior do edifício da administração do cemitério, junto do portão principal, enquanto a multidão regressava, irada, apercebendo-se do que se passara no cemitério. O corpo inerte de Adolfo Viana, que o Dr. Melo Breyner – também presente no funeral – declarou morto, indignava a multidão, que gritava pelo assassino, apelando à justiça popular. </div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLgEzVLYudRMqHBayjFuVr69-dSa_EgOr4Vi6CCYZGhHCnEn7aqOg5YTzbj8StnWfy7AAnEqh6XYj6plmbcQPoifFxaKfeDFUmNsqhy8kt-zm4KPmRKsTk1Of9z6HWXR8-aL9Y3MeV27yUWC1aC_suU7SDVbu1xao_q3z2_n7ANFU7PD1JRbZ4Afo/s785/PT-TT-EPJS-SF-006-04347_m0001_derivada.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="751" data-original-width="785" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLgEzVLYudRMqHBayjFuVr69-dSa_EgOr4Vi6CCYZGhHCnEn7aqOg5YTzbj8StnWfy7AAnEqh6XYj6plmbcQPoifFxaKfeDFUmNsqhy8kt-zm4KPmRKsTk1Of9z6HWXR8-aL9Y3MeV27yUWC1aC_suU7SDVbu1xao_q3z2_n7ANFU7PD1JRbZ4Afo/w320-h306/PT-TT-EPJS-SF-006-04347_m0001_derivada.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquivo Fotográfico do jornal <i>O Século</i><br />Torre do Tombo </td></tr></tbody></table>O fotógrafo do jornal <i>O Século</i> que registou a procissão fúnebre e a entrada do caixão no cemitério teve autorização para entrar na sala onde Nunes Canha esperava com a polícia e fotografou-o, com uma expressão entre a ausência e a estupefacção: «Tanto me faz. Façam de mim o que quizerem» , reporta ter-lhe dito o criminoso quando pediu para o fotografar. Cerca de uma hora e meia depois, quando finalmente a multidão dispersou o suficiente para saírem com segurança do edifício da administração do cemitério, o fotógrafo captou o momento em partiram em direcção à cadeia do Limoeiro. O cocheiro de Adolfo Viana ainda deitou as mãos ao autor do atentado com ganas de o esganar, mas a polícia evitou-o. </div></div><div style="text-align: justify;">Nesse mesmo dia, na Câmara de Deputados, Paulo Cancela de Abreu, que estivera presente no funeral e por isso chegou a meio da sessão, declarou ter presenciado «o vil atentado contra o gerente da Companhia União Fabril, que o vitimou» . O seu depoimento causou sensação na câmara e o <i>Crime dos Prazeres</i>, como popularmente ficou conhecido, ficou ainda associado a outra situação de violência, quando à porta do Parlamento um soldado da Guarda Republicana atacou o deputado Carvalho da Silva. </div><div><div style="text-align: justify;">O resultado destes acontecimentos inesperados foi o de as reportagens das exéquias do Conde de Sabugosa terem sido reduzidas para dar espaço ao relato do atentado, aos detalhes sobre a vítima, sobre a vida do assassino e os seus antecedentes criminais. E, claro, dois dias depois reportava-se um novo funeral: Adolfo Viana, abatido no funeral anterior, seguindo da igreja de São Domingos para o jazigo de família no cemitério do Alto de São João. O destaque dado pelos jornais foi para a multidão que se juntou em torno da igreja, nas ruas adjacentes e para a presença notória de muitos operários. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLwgRfHAyQobcwVTlCO09fJnQLOUfagfir4SGwu2B7Q-BUBq57QSP5l2CN_XCq6ZaN4JlQqf7ozt3MoMeu5vdA5CjP5ObmN03qG-qOOejKGfKrS-RNfBD9iDZnUD_TL10-Tw1uCxfwHl0m9fz9M24_ESE7a6ohzBYwi4lr3SrDDuAEJpEItK9FV0Y_/s778/PT-TT-EPJS-SF-006-04306_m0001_derivada%20-%20ADOLFO%20VIANA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="751" data-original-width="778" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLwgRfHAyQobcwVTlCO09fJnQLOUfagfir4SGwu2B7Q-BUBq57QSP5l2CN_XCq6ZaN4JlQqf7ozt3MoMeu5vdA5CjP5ObmN03qG-qOOejKGfKrS-RNfBD9iDZnUD_TL10-Tw1uCxfwHl0m9fz9M24_ESE7a6ohzBYwi4lr3SrDDuAEJpEItK9FV0Y_/w320-h309/PT-TT-EPJS-SF-006-04306_m0001_derivada%20-%20ADOLFO%20VIANA.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquivo Fotográfico do jornal <i>O Século</i><br />Torre do Tombo </td></tr></tbody></table>Num período conturbado, com greves, atentados e bombas, o crime foi lido como um atentado político, uma afirmação ideológica. Os ânimos exaltaram-se com um assassinato perpetrado em público num cenário e um momento completamente inesperados – um cemitério e no final de um funeral. Discutiu-se a culpa de Nunes Canha e o impacto que o seu despedimento havia tido na sua conduta. Houve, inclusivamente, alguns discursos que quase procuravam justificar o acto de Nunes Canha com o seu despedimento. Nos dias que se seguiram recuperou-se o passado sindicalista do autor dos disparos e o seu papel na organização da Associação de Classe do Pessoal da União Fabril e na criação e presidência do Sindicato das Associações Rurais do Ribatejo. Até se recordou uma anterior tentativa de assassinato, quando quatro anos antes, durante a greve dos metalúrgicos, Nunes Canha atentara contra um industrial na Rua da Junqueira (acabando absolvido pelo tribunal depois de dois anos de prisão). E o caso foi-se arrastando nos tribunais, sem desfecho. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxokZbt4pAUOkXhkC1Xf2yeVl6N-WqVfY_GmzOMtFBxyn72q--HjmGyvLTE4H2JguEcIyjqY29e9yMqySK68demq5cTlWEZpFJ40ZQQoClHONoHtK55aU90BrgoC9-Fue27R7MPrRLnLhDjIB9_CE5q-ngO8b66Es2ouPAI7f4LHFnOSYUYZh6LW83/s785/PT-TT-EPJS-SF-006-04316_m0001_derivada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="751" data-original-width="785" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxokZbt4pAUOkXhkC1Xf2yeVl6N-WqVfY_GmzOMtFBxyn72q--HjmGyvLTE4H2JguEcIyjqY29e9yMqySK68demq5cTlWEZpFJ40ZQQoClHONoHtK55aU90BrgoC9-Fue27R7MPrRLnLhDjIB9_CE5q-ngO8b66Es2ouPAI7f4LHFnOSYUYZh6LW83/w400-h383/PT-TT-EPJS-SF-006-04316_m0001_derivada.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arquivo Fotográfico do jornal <i>O Século</i><br />Torre do Tombo </td></tr></tbody></table><div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sabemos que em 1925, dois anos depois do sucedido, o caso continuava por julgar no tribunal da Boa Hora por incapacidade de assegurar o número suficiente de jurados para formar um júri. Nunes Canha terá sido sentenciado ao degredo em África (de onde regressou, temporariamente, em 1942, por motivos de saúde), facto atestado por uma circular escrita por seus correligionários que procurava apoio financeiro que lhe permitisse continuar na metrópole, mas perdemos-lhe o rasto. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O caso do <i>Crime dos Prazeres</i> é único em Portugal, corporizando um assassinato premeditado, perpetrado no interior de um cemitério, após um funeral. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0Praça São João Bosco 568, 1350-297 Lisboa, Portugal38.7140541 -9.169867499999998711.720433576014212 -44.326117499999995 65.707674623985781 25.9863825tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-37992018933970333452023-04-13T22:38:00.002+01:002023-06-04T12:45:57.657+01:00Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa - Número 1<p style="text-align: justify;">Esta semana chegou o novo número do <i><a href="https://www.lisboa.pt/atualidade/publicacoes-periodicas?tx_ameosfilemanager%5Baction%5D=info&tx_ameosfilemanager%5Bcontroller%5D=Explorer%5CFile&tx_ameosfilemanager%5Bfile%5D=904930&cHash=4a11bafa3863a3203b2cadf3a0759b04" target="_blank">Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa</a></i>.</p><p style="text-align: justify;">Entre o conjunto de artigos variados e de conteúdo muito interessante - sempre cemiterial, obviamente - podem encontrar o meu artigo preliminar <i>Casas Económicas e Prédios de Rendimento: O Bairro do Estado Novo</i>, precisamente sobre este conjunto de construções no cemitério do Alto de Sáo João, em Lisboa, mas cujas características podem ser encontradas em construções funerárias um pouco por todo o país.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkKJzXXWdCIUKekHMNfnEwehaeTN3zDBQ646rxQRAZavojgIVx5blW6JpWc0lXox-IG17xVqqVZo9eGpObiFdEUzMwUOXbMftBmd55LaeYU596pE3sMOhTD69NReVURE3_84xr55NQwExJdbOk_oRx8fpREWynXfgfDCojAWLp5oJIWmVPs8sf-5ke/s645/capa%20Boletim1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="455" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkKJzXXWdCIUKekHMNfnEwehaeTN3zDBQ646rxQRAZavojgIVx5blW6JpWc0lXox-IG17xVqqVZo9eGpObiFdEUzMwUOXbMftBmd55LaeYU596pE3sMOhTD69NReVURE3_84xr55NQwExJdbOk_oRx8fpREWynXfgfDCojAWLp5oJIWmVPs8sf-5ke/w283-h400/capa%20Boletim1.JPG" width="283" /></a></div><div><br /></div><p><a href="https://www.lisboa.pt/atualidade/publicacoes-periodicas?tx_ameosfilemanager%5Baction%5D=info&tx_ameosfilemanager%5Bcontroller%5D=Explorer%5CFile&tx_ameosfilemanager%5Bfile%5D=904930&cHash=4a11bafa3863a3203b2cadf3a0759b04" target="_blank">Podem aceder ao <i>Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa</i> a partir deste link.</a></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-68100384365033803672023-02-05T19:55:00.022+00:002023-06-03T20:08:23.444+01:00A Casa Portuguesa nos Cemitérios no GetLisbon<p style="text-align: justify;"> A fantástica página <b><i>GetLisbon</i></b>, que se dedica a partilhar os aspectos mais peculiares de Lisboa desde 2017 - <a href="https://getlisbon.com/pt/pagina-inicial/" target="_blank">se ainda não seguem nas redes sociais nem recebem a newsletter por email, cliquem aqui e vão até lá</a> - convidou-me para escrever um texto sobre <i>A Casa Portuguesa nos Cemitérios</i>, uma temática a cujo estudo me dedico há já alguns anos.</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://getlisbon.com/pt/getlisbon-convida-pt/casa-portuguesa-nos-cemiterios/" target="_blank">Passem por lá e leiam. </a></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><a href="https://getlisbon.com/pt/getlisbon-convida-pt/casa-portuguesa-nos-cemiterios/" target="_blank"><img border="0" data-original-height="697" data-original-width="887" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL4HGPP5t8Q-gXqD00CoLmFjTWjtcFJnLfVb1WY8HBN9Ultvf027vnNC-lCm5dPMAkqY0AHdiD2zbtTYKbGy6j52DguEf5comUu6-YRn_svl5JZS0UhZK4FxOYm7c-4BhRLpb9uT19LfJDEEBwjNVPMf5goS5pr75isHAYbytMZVhA9IIGmImeMFU6/w400-h314/CasaPT%20Get%20Lisbon%202023.JPG" width="400" /></a></span></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://getlisbon.com/pt/getlisbon-convida-pt/casa-portuguesa-nos-cemiterios/" target="_blank"><br /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">Obrigada pelo convite!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-80178884702018813182022-09-24T09:29:00.011+01:002023-06-04T12:35:19.643+01:00Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa - Número 0<p> Esta semana chegou às nossas caixas de email a seguinte comunicação a partir da lista de distribuição dos Cemitérios de Lisboa:</p><p></p><blockquote><p><i>Este é o primeiro número do novo </i>Boletim Cultural dos Cemitérios de Lisboa<i>.</i></p><p><i>Temos vindo a partilhar ao longo dos últimos meses uma efeméride mensal, em que se revela uma figura pública inumada nos nossos Cemitérios.</i></p><p><i>O passo seguinte desta partilha de conhecimento é a publicação deste Boletim, que terá uma periodicidade bi-anual.</i></p></blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhdOdFDqJuQJnDrlvbZpeHO_KT91rz51rEz6HIm4m2MZb8ccq_ieznvxWvavCX7PmI6_bUxUFm-OrkKJI5X6wgYAjiQQKiCJJd7MCivJ3R2ZSQpetY9I_g3V-VeYpQLE0rYBSOqTYdRm0Z0LFl2TSih-uXiRQAFqfrDBnV-EmRL9e7q4gO4eaa8z7k/s685/capa%20Boletim0.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="685" data-original-width="485" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhdOdFDqJuQJnDrlvbZpeHO_KT91rz51rEz6HIm4m2MZb8ccq_ieznvxWvavCX7PmI6_bUxUFm-OrkKJI5X6wgYAjiQQKiCJJd7MCivJ3R2ZSQpetY9I_g3V-VeYpQLE0rYBSOqTYdRm0Z0LFl2TSih-uXiRQAFqfrDBnV-EmRL9e7q4gO4eaa8z7k/s320/capa%20Boletim0.JPG" width="227" /></a></div><br /><p><a href="https://www.lisboa.pt/atualidade/publicacoes-periodicas?tx_ameosfilemanager%5Baction%5D=info&tx_ameosfilemanager%5Bcontroller%5D=Explorer%5CFile&tx_ameosfilemanager%5Bfile%5D=898937&cHash=f36bb36c4f1eebdbdb5dff2b91151ff7" target="_blank">Para aceder, clique aqui.</a></p><p> </p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-45806181085892138072022-09-09T22:09:00.001+01:002023-06-04T12:19:28.165+01:00Lista de Distribuição dos Cemitérios de Lisboa<div style="text-align: justify;">A Divisão de Gestão Cemiterial da Câmara Municipal de Lisboa tem uma lista de distribuição para a recepção da programação mensal relativa a visitas, apresentações, exposições e as efemérides mensais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://forms.gle/6QU1gMRmDvnRevrh8" target="_blank">Basta preencher este formulário com endereço de email e nome.</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEHfgohTrlbA6jBfTGvswuvBAGNvKGbnKQ8bPrO6-4EvaenYpvqur5g65292DQiimm552Q1PQuq8M8gPsbdI_psqDv-S5FBLqOnX9xveLyehcyPUNgHD6xYcb3r8uOdHizXB1-K8vGxP1wk1_SUJvlraMX0YKUR1eaj1Koe875fmPWIQ8z5pvkfwja/s2000/Setembro2022.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1414" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEHfgohTrlbA6jBfTGvswuvBAGNvKGbnKQ8bPrO6-4EvaenYpvqur5g65292DQiimm552Q1PQuq8M8gPsbdI_psqDv-S5FBLqOnX9xveLyehcyPUNgHD6xYcb3r8uOdHizXB1-K8vGxP1wk1_SUJvlraMX0YKUR1eaj1Koe875fmPWIQ8z5pvkfwja/w283-h400/Setembro2022.jpg" width="283" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-20223594933079025072020-12-06T12:05:00.000+00:002023-06-04T12:06:43.720+01:00Flores de Pedra - Exposição<p style="text-align: justify;">A exposição "Flores de Pedra / Flowers of Stone", no âmbito de Lisboa Capital Verde Europeia 2020, foi inaugurada no passado dia 4 de Dezembro pelo Sr. Vereador da Câmara Municipal de Lisboa José Sá Fernandes e está patente na Galeria de Exposições da Capela do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde pode ser visitada todos os dias até às 16:00.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-XAPsg024XPE/X8zSWlsPk0I/AAAAAAACaXk/k7yt-WqBwooPSBYQZnI6iXdFgfJ-DV9sgCPcBGAsYHg/s828/A3B570DC-5C62-42AB-9225-F156AB39E5F2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="828" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-XAPsg024XPE/X8zSWlsPk0I/AAAAAAACaXk/k7yt-WqBwooPSBYQZnI6iXdFgfJ-DV9sgCPcBGAsYHg/s320/A3B570DC-5C62-42AB-9225-F156AB39E5F2.jpg" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">Nascida de uma ideia de Sara Gonçalves, directora dos cemitérios de Lisboa, o projecto pretendeu reunir uma equipa multidisciplicar, com especialistas em botânica e simbologia, de forma a identificar as espécies de plantas que decoram os nossos cemitérios e descobrir os seus significados, tendo em conta o contexto cemiterial.</p><p style="text-align: justify;">Foram vários meses de trabalho dedicado que incluíram visitas de campo, sessões fotográficas extensas, análise detalhada de imagens, pesquisa e análise de espécies, pesquisa histórica e simbólica, investigação de material de época, recuperação e restauro de peças de jazigos abandonados, concepção do projecto museológico e design, entre tantas outras tarefas essenciais para levar um trabalho como este a bom porto.</p><p style="text-align: justify;">A utilização de livros e materiais do século XIX relativos à então popular Linguagem das Flores, contemporânea da maior parte dos jazigos fotografados e presentes nos nossos cemitérios permitiu enriquecer e contextualizar com maior acuidade a interpretação simbólica.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF4DJyhEeTI_btKZNcFp8TPsrMxp0wrMry0cmqVtAJz9mbBNP8rT4I_1-qf1h7E2etXaOj16i4caPYHm2PPyzelMX3A2CmZ-5b3RVe1TW5vtoeKT2oGeydb5Z52Mi8pcfvTqTg3xIw0v6NDKk2J16xxRSdfk6sO4TRr6ZlMnb5Q2NWUvuzbfZFYhPO/s4032/IMG_9683.HEIC" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3024" data-original-width="4032" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF4DJyhEeTI_btKZNcFp8TPsrMxp0wrMry0cmqVtAJz9mbBNP8rT4I_1-qf1h7E2etXaOj16i4caPYHm2PPyzelMX3A2CmZ-5b3RVe1TW5vtoeKT2oGeydb5Z52Mi8pcfvTqTg3xIw0v6NDKk2J16xxRSdfk6sO4TRr6ZlMnb5Q2NWUvuzbfZFYhPO/w462-h347/IMG_9683.HEIC" width="462" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">A componente da botânica ficou a cargo da Sandra Mesquita, a simbologia é da responsabilidade de Gisela Monteiro e o design e projecto museológico é de José Dias.</p><p style="text-align: justify;">Vão visitar: prometemos que vai valer a pena!</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-0W9dESP-J_U/X8zVR23ubfI/AAAAAAACaXw/btdDrJgX6oY5c99-FbQsZAmkgKRBMn4KQCPcBGAsYHg/s1125/8D819F18-FEC8-4E0A-B37E-04EBA4587F99.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="1125" data-original-width="1125" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-0W9dESP-J_U/X8zVR23ubfI/AAAAAAACaXw/btdDrJgX6oY5c99-FbQsZAmkgKRBMn4KQCPcBGAsYHg/s320/8D819F18-FEC8-4E0A-B37E-04EBA4587F99.jpg" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Da esquerda para direita: Gisela Monteiro, Sandra Mesquita e Sara Gonçalves.</span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0Praça São João Bosco 568, 1350-297 Lisboa, Portugal38.7140541 -9.169867499999998710.403820263821153 -44.326117499999995 67.024287936178837 25.9863825tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-22252525412096473582020-10-31T17:30:00.044+00:002020-10-31T18:08:19.988+00:00Asclépio, Hermes e Higia nos Cemitérios<div style="text-align: justify;">Ao visitar um cemitério romântico, nas zonas mais antigas, onde se erguem os jazigos-capela e as sepulturas perpétuas, é comum encontrar curiosas figuras talhadas na pedra, sozinhas ou adornando epitáfios: flores, animais, instrumentos de trabalho, letras gregas, objectos do dia-a-dia, figuras humanas, símbolos de ordens. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yIZsWUFnFTM/X5oS4fGqmuI/AAAAAAACX8c/8LwIn4HN3rI9GccbVxnT5jUuFSw9ZzyzwCPcBGAsYHg/s1230/EBA3D67E-E279-4A8F-A22B-CDD199003026.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="921" data-original-width="1230" height="332" src="https://1.bp.blogspot.com/-yIZsWUFnFTM/X5oS4fGqmuI/AAAAAAACX8c/8LwIn4HN3rI9GccbVxnT5jUuFSw9ZzyzwCPcBGAsYHg/w443-h332/EBA3D67E-E279-4A8F-A22B-CDD199003026.jpg" width="443" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Cemitério dos Prazeres, Lisboa, Portugal</span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando tentamos perceber o seu significado dentro do espaço cemiterial, transparece que a escolha não foi aleatória, ainda que alguns dos donos de obra possam ter escolhido a decoração do seu jazigo a partir de catálogos ou pedindo para copiar algo que viram numa das suas visitas de domingo ao cemitério local.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Identificar e decifrar essas figuras ajuda-nos a saber mais sobre quem é a pessoa que se encontra enterrada no local, a forma como ela se via ou era vista pelos outros, aquilo de que mais gostava ou mais valorizada em vida.</div><div style="text-align: justify;">Algumas das figuras não nos levam a interpretações complicadas e a recorrer dos compêndios e almaços antigos, por conseguirmos reconhecer o símbolo apresentado, por ele ainda fazer parte da nossa actualidade. E porque, por vezes, uma rosa é, realmente, apenas uma flor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um dos conjuntos de símbolos que parecem fáceis de identificar e decifrar são os símbolos associados à medicina e saúde. Estamos habituados a vê-los pintados em ambulâncias, representados nos placards luminosos das farmácias, nos logótipos de serviços de saúde. São normalmente compostos por serpentes enroladas em varas, árvores, taças, lamparinas de azeite.</div><div style="text-align: justify;">Parece bastante claro e simples, mas porquê as variações?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acontece que, efectivamente, estamos a falar de símbolos diferentes. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os que chegaram até nós mantendo o significado original são o Bastão de Asclépio e a Taça de Higia. </div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-1TC8EtXbPQI/X5oS4Zd6bBI/AAAAAAACX8c/DTIIuqT4HkcsTfbIKcu9uue1vEqlLMhHwCPcBGAsYHg/s1324/E295F59F-04BD-42C2-9FE2-8BD785A667FF.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="993" data-original-width="1324" height="224" src="https://1.bp.blogspot.com/-1TC8EtXbPQI/X5oS4Zd6bBI/AAAAAAACX8c/DTIIuqT4HkcsTfbIKcu9uue1vEqlLMhHwCPcBGAsYHg/w299-h224/E295F59F-04BD-42C2-9FE2-8BD785A667FF.jpg" width="299" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Hermes representando o Comércio - Cemitério dos Prazeres,<br />Lisboa, Portugal</span></td></tr></tbody></table>Pelo meio, aparece o Bastão de Hermes, normalmente designado de Caduceu, que inicialmente não estava associado à medicina e, por esse motivo causa alguma confusão no contexto cemiterial, onde aparece muitas vezes como representação do comércio. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A sua associação formal à medicina surge no início do século XX, no corpo médico do exército dos Estados Unidos, que o adoptou como símbolo, ainda que existam algumas correntes que a colocam vários séculos antes, como extensão da associação de Hermes à Alquimia.</div><div style="text-align: justify;">Este erro surge da utilização do caduceu nos exércitos romanos para identificar os mensageiros que, transportando um estandarte com este símbolo tinham salvo-conduto para se deslocarem no campo de batalha sem serem alvos de violência. Talvez fosse esse o objectivo inicial da selecção deste símbolo para identificar os elementos do corpo médico do exército, mas a consequência foi este ficar associado à medicina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Podemos descrever estes símbolos, simplificadamente, da seguinte forma:</div><div style="text-align: justify;"><ul><li>O <b>Bastão de Asclépio </b>é uma vara de madeira onde se enrola uma - e apenas uma - serpente.</li></ul><ul><li>A <b>Taça de Higia</b> é uma taça ou um cálice, no pé da qual se enrola uma serpente, que parece beber da taça.</li></ul><ul><li>O <b>Caduceu </b>é um bastão de ouro com duas serpentes enroladas, uma de cada lado; no topo do bastão aparece um par de asas e, por vezes, também o capacete de Hermes.</li></ul>Para distinguir os dois bastões basta ter em atenção o número de serpentes: uma é Asclépio, duas é Hermes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Conforme referi, Hermes não estava associado à medicina na antiguidade clássica, ao contrário de Asclépio e Higia. </div><div style="text-align: justify;">Hermes era o mensageiro de Zeus e dos deuses nos Infernos: Hades e Perséfone. Era considerado o patrono do comércio, dos ladrões, dos viajantes e dos mensageiros. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-C9wRgfo--zE/X5oE7gJtpsI/AAAAAAACX7c/ZMj_LfSjuPw8ezWn6ZMVmyCtNqnMMxXygCPcBGAsYHg/s917/2BE1BE7C-2602-409D-A08D-E9C2E8FB8331.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="917" data-original-width="828" height="257" src="https://1.bp.blogspot.com/-C9wRgfo--zE/X5oE7gJtpsI/AAAAAAACX7c/ZMj_LfSjuPw8ezWn6ZMVmyCtNqnMMxXygCPcBGAsYHg/w233-h257/2BE1BE7C-2602-409D-A08D-E9C2E8FB8331.jpg" width="233" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Caduceu /Bastão de Hermes - Cemitério do Alto de São João,<br />Lisboa, Portugal</span></td></tr></tbody></table>O caduceu era, originalmente, um cajado de ouro usado por Apolo enquanto pastoreava gado.</div><div style="text-align: justify;">Conta a lenda que Hermes recebeu de Apolo esse cajado em troca de um instrumento musical: numa versão, diz-se que Hermes criou uma lira a partir de uma carapaça de tartaruga e tripas de uns bois que sacrificará aos deuses e que foi esse o instrumento trocado com Apolo; noutra versão, Apolo já teria obtido a lira em troca de um rebanho e dessa vez, para obter a flauta inventada por Hermes, teve de dar em troca o seu cajado. </div><div style="text-align: justify;">Quando recebeu o cajado de Apolo este era apenas uma vara de ouro, sem as serpentes. Depois de receber o cajado, Hermes dirigiu-se a Arcádia, quando chegou encontrou duas serpentes lutavam e se mordiam. Tentando separá-las com o cajado, elas enrolaram-se neste e pararam a violência, mantendo-se em equilíbrio. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O caduceu é o símbolo identificador de Hermes, assim como <a href="https://taphophilia.blogspot.com/2018/06/atropos-no-cemiterio-romantico.html" target="_blank">a tesoura e o fio são o símbolo identificador de Átropos</a>, por exemplo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De notar ainda a ligação de Hermes ao mundo dos mortos: este era conhecido como "<i>Acompanhante de Almas</i>" - deus psicopompo - por ser responsável por levar as almas aos Infernos, mas até hoje ainda não encontrei essa vertente representada nos cemitérios, onde a simbologia de Hermes sempre aparece associada ao comércio ou (em jazigos mais recentes) à medicina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-1OgwpTWd8v4/X5oE7hADESI/AAAAAAACX7c/inTksilWfnoDIGbmLVtn0tu8vs9rezsSQCPcBGAsYHg/s1009/9EE726C4-2E37-479F-B87B-7E8583C66CE2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="1009" height="134" src="https://1.bp.blogspot.com/-1OgwpTWd8v4/X5oE7hADESI/AAAAAAACX7c/inTksilWfnoDIGbmLVtn0tu8vs9rezsSQCPcBGAsYHg/w303-h134/9EE726C4-2E37-479F-B87B-7E8583C66CE2.jpg" width="303" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Bastão de Asclépio - Campo Verano,<br />Roma, Itália</span></td></tr></tbody></table>Asclépio, filho do deus Apolo - o mesmo que deu o caduceu a Hermes - foi em pequeno entregue pelo pai ao centauro Quíron, que lhe ensinou as artes da medicina. Asclépio, para além de ter aprendido rapidamente e apresentar grande habilidade na cura dos doentes, possuía ainda a capacidade de ressuscitar os mortos, usando para isso o sangue das veias do braço direito de uma górgona, que lhe fora dado por Atenas. </div><div style="text-align: justify;">Foi por esta capacidade de ressuscitar os mortos que Zeus o matou, receando o impacto que esta façanha poderia ter na ordem do mundo. Depois de morto, Asclépio ascendeu aos céus sob a forma da constelação Serpentário: um homem segurando uma serpente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O seu símbolo identificador é um pau onde se enrola uma serpente, símbolo esse que representa a medicina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São atribuídas a Asclépio várias filhas, todas elas associadas à arte da medicina nas suas diferentes vertentes, sendo uma dela Higia. </div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dhFXvjxAXY8/X5oE7jBhToI/AAAAAAACX7c/3R_n8zjvJQkgZO5_edTrRmLVbQSy2QX5ACPcBGAsYHg/s2662/3473E056-C40F-41ED-A7B4-02B935E60ED9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" data-original-height="2662" data-original-width="2662" height="241" src="https://1.bp.blogspot.com/-dhFXvjxAXY8/X5oE7jBhToI/AAAAAAACX7c/3R_n8zjvJQkgZO5_edTrRmLVbQSy2QX5ACPcBGAsYHg/w241-h241/3473E056-C40F-41ED-A7B4-02B935E60ED9.jpg" width="241" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Taça de Higia - Cemitério dos Prazeres,<br />Lisboa, Portugal</span></td></tr></tbody></table>Higia é associada à saúde e representada segurando uma taça de onde bebe uma serpente. </div><div style="text-align: justify;">Reza a lenda que, quando Asclépio foi morto por Zeus, as serpentes que viviam e guardavam as fontes de águas medicinais abandonaram-nas e refugiram-se nos templos de Asclépio, onde ficavam imóveis no chão, em sofrimento. </div><div style="text-align: justify;">Higia, por afecto ao pai, cuidava dessas serpentes enlutadas, oferecendo-lhes de beber a partir de uma taça. </div><div style="text-align: justify;">É do nome de Higia que surge a palavra higiene, considerada uma das componentes essenciais à manutenção da saúde.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O símbolo identificador de Higia é a taça de onde bebe a serpente e está associado à saúde.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Internacionalmente, este símbolo é comummente associado à farmácia, mas nos cemitérios pode ser utilizado de uma forma mais ampla, significando saúde.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Recordo que os símbolos devem ser interpretados tendo em consideração os seus contextos, a época e os restantes símbolos representados. </div><div style="text-align: justify;">No contexto cemiterial, podemos generalizar que a presença de uma serpente enrolada numa taça ou num pau são motivos que simbolizam a saúde e a medicina e que uma vara com duas serpentes pode estar associado ao comércio ou à medicina, de acordo com o contexto e a época.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-3wQsgY8Y6hE/X52jegs05iI/AAAAAAACYQQ/j8WiwpOkfAUAfaYCSYx89TCFWGngrVhRgCPcBGAsYHg/s828/IMG_9304.PNG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="822" data-original-width="828" src="https://1.bp.blogspot.com/-3wQsgY8Y6hE/X52jegs05iI/AAAAAAACYQQ/j8WiwpOkfAUAfaYCSYx89TCFWGngrVhRgCPcBGAsYHg/s320/IMG_9304.PNG" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">O caduceu num contexto onde se pretende que represente a Saúde, neste caso, a ausência de saúde - a morte -, considerando a sua inversão. Todos estes símbolos representam a morte: a tocha invertida que se apaga, a tesoura de Átropos que corta o fio da vida e a gadanha Cronos que ceifa a vida.</span><br /></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-16289098301365199582020-10-28T16:17:00.000+00:002020-10-28T16:17:19.201+00:00Dia de Finados<p style="text-align: justify;"> Dia 2 de Novembro é Dia de Finados ou Dia dos Fiéis Defuntos. </p><p style="text-align: justify;">Em Portugal, o dia 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos, é feriado religioso, uma data que remonta aos primeiros séculos da cristandade, quando se sentiu a necessidade de celebrar todos os santos conhecidos, mas também os desconhecidos, as pessoas que viviam a sua vida de acordo com o Evangelho, anónimos, mas cumpridores de todos os preceitos da fé. </p><p></p><div style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-AatBZo5iOjs/X5k2z8bjlpI/AAAAAAACX4Y/H7gLlO2WQWojYheQFOPnn3B6JHQJvCYrwCPcBGAsYHg/s1051/789E4803-99A8-4C4B-813E-09B963ED600C.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="734" data-original-width="1051" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-AatBZo5iOjs/X5k2z8bjlpI/AAAAAAACX4Y/H7gLlO2WQWojYheQFOPnn3B6JHQJvCYrwCPcBGAsYHg/w275-h200/789E4803-99A8-4C4B-813E-09B963ED600C.jpg" width="275" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;">02/10/1921 - Cemitério dos Prazeres <br />(Foto: Salgado)</span><br /></td></tr></tbody></table>Na versão mais popular, costumam dizer que os santos já eram tantos que não havia mais dias livres para dedicar a cada um deles e, por isso, criou-se um dia que dedicado a todos.</div><p></p><p style="text-align: justify;">A verdade é que, em Portugal, o dia 1 de Novembro acaba por ser dedicado à celebração antecipada do Dia de Finados, que se celebra a dia 2 de Novembro. Desconheço o motivo pelo qual o dia escolhido para feriado foi o Dia de Todos os Santos e não o Dia de Finados, como acontece no Brasil, por exemplo.</p><p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ROsZDLgHYhg/X5k2z645yAI/AAAAAAACX4Y/9SF8OhsCuREX6Om4Pfxj6ACpcTT6kb7SACPcBGAsYHg/s872/66DC1CD8-CB5C-4F88-B0B8-93EA293BD901.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="872" data-original-width="545" height="280" src="https://1.bp.blogspot.com/-ROsZDLgHYhg/X5k2z645yAI/AAAAAAACX4Y/9SF8OhsCuREX6Om4Pfxj6ACpcTT6kb7SACPcBGAsYHg/w175-h280/66DC1CD8-CB5C-4F88-B0B8-93EA293BD901.jpg" width="175" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">02/10/1921 - Cemitério do Alto de São João<br /> (Foto: Salgado)</span></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seja como for, 1 de Novembro, é dia de romaria ao cemitério. </div><p></p><p style="text-align: justify;">Muitas famílias portuguesas aproveitam o feriado para visitar "a terra", as vilas e aldeias de onde a família tem origem, onde por vezes ainda estão os avós e os tios mais velhos, em alguns casos, os pais e os primos. Visitam a família e, juntos, vão ao cemitério, limpam as sepulturas, põem flores, mostram bisavós em retratos de esmalte a crianças que mal sabem andar, contam-se histórias e fazem-se queixas do preço das flores, da falta de visitas, do tempo que corre e não se aproveita, conta-se do vizinho que, este ano, faleceu. </p><p style="text-align: justify;">Nas cidades a prática ainda é seguida, mas a sepulturas temporárias e as cremações levam as famílias a outros rituais.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Este ano, o dia 2 de Novembro é, também, Dia de Luto Nacional.</p><p style="text-align: justify;">Alguns de nós não irão celebrar este dia da mesma forma dos anos anteriores, mas podemos sempre lembrar os nossos mortos, onde quer que estejamos: as histórias, as memórias, os cheiros e o som da voz. </p><div style="text-align: justify;">Aos nossos mortos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-iQTcRMVLDTg/X5k4X-nEBMI/AAAAAAACX4w/6__ICB8FB2k3ZULs9ssHzVEfkHLNWsTswCPcBGAsYHg/s1075/0D1966EC-C1BC-4A90-BE9A-979BE4309092.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="741" data-original-width="1075" height="276" src="https://1.bp.blogspot.com/-iQTcRMVLDTg/X5k4X-nEBMI/AAAAAAACX4w/6__ICB8FB2k3ZULs9ssHzVEfkHLNWsTswCPcBGAsYHg/w400-h276/0D1966EC-C1BC-4A90-BE9A-979BE4309092.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">02/10/1921 - Cemitério dos Prazeres <br />(Fotos: Salgado)</span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-61927132192954553822020-10-23T19:24:00.002+01:002020-10-23T19:25:14.710+01:00Direto ao Assunto: Tafófilia<p style="text-align: justify;">A <a href="https://www.estudoscemiteriais.com.br/" target="_blank">ABEC - Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais</a> é uma entidade que congrega pesquisadores cujas as pesquisas abrangem os cemitérios e as mais diversas manifestações acerca da morte e do morrer no Brasil e promove encontros bianuais sobre a temática. Para além dos encontros, a ABEC tem vários outros projectos que visam promover e partilhar o que se tem feito neste campo, divulgando os trabalhos dos seus membros. </p><p style="text-align: justify;">Um dos projectos mais recentes da ABEC é a série de vídeos "Direto ao Assunto", em que membros da associação são convidados a apresentar e esclarecer conceitos, ajudando a criar um glossário online.</p><p style="text-align: justify;">No vídeo desta semana, coube-me clarificar o que é a Tafófilia. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="327" src="https://www.youtube.com/embed/KldZze_REsY" width="394" youtube-src-id="KldZze_REsY"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-45283807396464717782020-06-30T01:30:00.000+01:002020-06-30T12:02:08.376+01:00As Mulheres e a Morte - vídeo @mort.safe<div style="text-align: justify;">
Neste sexto episódio de “<b>As Mulheres e a Morte</b>”, série de <a href="https://www.instagram.com/pilulas_sombrias/" target="_blank">Taís Souza (do canal Pílulas Sombrias) </a>sobre o estudo da morte e das temáticas da morte no feminino, estivemos a conversar sobre tafofilia, estudos cemiteriais e a história da morte em Portugal. </div>
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<a href="https://www.instagram.com/tv/CCCXEeNFcpc/?igshid=cxwkz6h59j4y" target="_blank">Podem ver o vídeo integral seguindo este link ou clicando na imagem abaixo.</a></div>
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Um obrigada especial à Taís Souza pela criação desta série que tem divulgado tanto a nossa paixão por esta temática. </div>
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<a href="https://www.instagram.com/tv/CCCXEeNFcpc/?igshid=cxwkz6h59j4y" target="_blank"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="562" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-NWRCPRsS7ls/XvsbKXQ0AfI/AAAAAAACO3c/yfv3nOmxOuIYXN_U9JX0BOyazov4zsxpgCLcBGAsYHQ/s640/unnamed.jpg" width="358" /></a></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-57011160246126290562020-06-27T17:45:00.000+01:002020-06-28T17:47:14.956+01:00As Mulheres e a Morte<div style="text-align: justify;">
No próximo dia 29 de Junho, pelas 23:00 (19:00 no Brasil), estarei no <a href="https://www.instagram.com/mort.safe/" target="_blank">Instagram, para mais um episódio de "As Mulheres e a Morte"</a>, fantástica série desenvolvida por Taís Souza no perfil <a href="https://www.instagram.com/pilulas_sombrias/" target="_blank">@pilulas_sombrias</a> que nos tem transportado pelo domínios da Morte e do Morrer, através de lugares, pessoas, arte. </div>
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Nesta primeira temporada a série já contou com a presença de <a href="https://www.instagram.com/bortulucce/" target="_blank">Vanessa Bortulucce</a>, <a href="https://www.instagram.com/historiadamorte/" target="_blank">Marcia Generoso</a>, <a href="https://www.instagram.com/annacstt/" target="_blank">Anna Costa</a>, <a href="https://www.instagram.com/luciana_fatima_/" target="_blank">Luciana Fátima</a> e <a href="https://www.instagram.com/necrotur/" target="_blank">Nani Rezende</a> e ainda teremos mais participações.</div>
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Esta semana será a minha vez e vou falar de tafófilia, de história dos cemitérios e outros temas relacionados com as minhas pesquisas nesta área.</div>
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<a href="https://www.instagram.com/mort.safe/" target="_blank">Abram o vosso Instagram às 23:00 (ou às 19:00) e vejam a live! </a></div>
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Contamos convosco.</div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WujWclfVA3A/XvjHAq8Ae9I/AAAAAAACO0A/VS_QxSekrI4aqA1h0xFaj340VC1vrVSRwCLcBGAsYHQ/s1600/105990451_3102611363117843_91687156560044983_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="828" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-WujWclfVA3A/XvjHAq8Ae9I/AAAAAAACO0A/VS_QxSekrI4aqA1h0xFaj340VC1vrVSRwCLcBGAsYHQ/s400/105990451_3102611363117843_91687156560044983_n.jpg" width="400" /></a></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-5961770298643745042019-12-29T14:36:00.000+00:002020-05-30T15:55:40.699+01:00A Casa Portuguesa nos Cemitérios - AGM 2018<br />
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-ZmbrsR4vbfw/XtJrYBmpLUI/AAAAAAAB_P0/cunOrkXas4YpXcbaajXtQOex_2F_e5q-ACLcBGAsYHQ/s1600/101359946_1118940375170138_8266694704762978304_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="768" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZmbrsR4vbfw/XtJrYBmpLUI/AAAAAAAB_P0/cunOrkXas4YpXcbaajXtQOex_2F_e5q-ACLcBGAsYHQ/s200/101359946_1118940375170138_8266694704762978304_n.jpg" width="160" /></a></div>
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Em Outubro de 2018, decorreu na bonita cidade austríaca de Innsbruck mais um encontro da <a href="http://www.significantcemeteries.org/" target="_blank">ASCE - Association of Significant Cemeteries of Europe</a>.</div>
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Foi mais um excelente momento de <a href="http://www.significantcemeteries.org/2018/09/agm-2018-report.html" target="_blank">partilha e aprendizagem</a>, cheio de descobertas e visitas cemiteriais, na companhia dos amigos que se vão revendo anualmente.</div>
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O tema da conferência anual de três dias foi "<b>European Cemeteries in the European year of Cultural Heritage</b>" para o qual propus e apresentei o meu trabalho "<b>The Portuguese House in the Cemetery: Tradition and Popular Culture</b>", numa versão focada maioritariamente em recolha de campo e fontes e a ser desenvolvido em maior detalhe posteriormente, mas apresentando já alguns resultados interessantes e identificação de padrões de caracterização. </div>
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A especificidade cultural destes jazigos nacionais, com características pouco comuns fora de Portugal, foi de grande interesse para os presentes, uma comunidade constituída por tafófilos de diversos países.</div>
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<a href="https://www.academia.edu/40801160/The_Portuguese_House_in_the_Cemetery_Tradition_and_Popular_Culture" target="_blank">Os textos de suporte às apresentações da conferência foram disponibilizados numa brochura digital e o meu pode ser encontrado para leitura através desta hiperligação.</a></div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-QHFWFw_f4s0/XtJrYAjCmmI/AAAAAAAB_P8/2uMtRRRpjfU-5KUM4QORSnzy35VlNyamwCLcBGAsYHQ/s1600/101493832_676665739565790_750180741928714240_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="828" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-QHFWFw_f4s0/XtJrYAjCmmI/AAAAAAAB_P8/2uMtRRRpjfU-5KUM4QORSnzy35VlNyamwCLcBGAsYHQ/s320/101493832_676665739565790_750180741928714240_n.jpg" width="320" /></a></div>
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Fizeram-se visitas a diversos cemitérios, como sempre se faz nestes eventos, nomeadamente ao <i>Hauptfriedhof Wilten</i> na cidade Innsbruck, onde se encontram peça lindíssimas e onde o sol de final do dia iluminou tudo com uma doce luz dourada, com vista para as montanhas do Tirol e também ao <i>Friedhof Mühlau</i>, na pequena vila do mesmo nome, onde fomos simpaticamente transportados nas carrinhas dos bombeiros de Innsbruck. </div>
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No cemitério de Mühlau fica uma bela capela, em traços que rapidamente associamos às construções do Tirol e, estando localizado numa cota mais alta que Innsbruck, permitiu magnificas vistas em redor.</div>
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Os dias passaram depressa e ficou a promessa de, em 2019, nos voltarmos a reunir em Ghent, na Bélgica, com o tema "<b>Heritage Cemeteries in the 21st century: use, reuse and shared use</b>" e muitas visitas a cemitérios.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0Innsbruck, Austria47.2692124 11.404102447.0968724 11.081378899999999 47.4415524 11.7268259tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-44647542445591254282018-06-25T21:44:00.000+01:002018-06-25T21:44:00.452+01:00Átropos no Cemitério Romântico<div style="text-align: justify;">
No passado dia 16 de Junho, no âmbito do ciclo de palestras <a href="http://www.umobjetoeseusdiscursos.com/" target="_blank">"Um Objecto e Seus Discursos"</a>, organizado anualmente pela <a href="http://www.cm-porto.pt/" target="_blank">Câmara Municipal do Porto</a>, estive nessa cidade para falar de um objecto existente num monumento funerário do cemitério de Agramonte, na secção privada da Ordem Terceira do Carmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/--cpfpvIeJNc/WzFQXJ21WsI/AAAAAAAAMPw/YOkaPJIgeQUKenx_-iZ-bTxbjpYGw1VGQCLcBGAs/s1600/36279131_10155923373153802_5716453479287881728_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="1024" height="179" src="https://3.bp.blogspot.com/--cpfpvIeJNc/WzFQXJ21WsI/AAAAAAAAMPw/YOkaPJIgeQUKenx_-iZ-bTxbjpYGw1VGQCLcBGAs/s320/36279131_10155923373153802_5716453479287881728_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia gentilmente cedida pela Câmara Municipal do Porto</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Numa conversa informal, moderada por Alda Bessa, e com a presença também da Prof.ª Marta Várzeas, especialista em literatura clássica, falámos um pouco das Parcas, as figuras mitológicas gregas responsáveis pelos destinos dos Homens, em especial de Átropos, que é quem corta o fio e define o fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Juntei algumas notas sobre o tema, sobre a forma como a cultura clássica grega influenciou a criação e a decoração dos cemitério românticos, que partilho convosco abaixo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os meus parabéns à Câmara Municipal do Porto pela excelente iniciativa e à Alda Bessa, pela ousadia de propor um objecto no interior de um cemitério.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Quando pensamos em cemitérios de matriz cultural romântica, concebidos no século XIX, não podemos excluir a constatação que a cultura britânica teve uma fortíssima influência no desenho desses espaços; especialmente nos locais continentais onde se distinguiu por uma forte presença, como na cidade do Porto.<br />De facto, a mudança de cemitérios paroquiais – apertados, familiares, crescendo em volta das igrejas – para cemitérios seculares – isolados e fora das malhas habitacionais das cidades – obrigou a repensar esses lugares e a considerar soluções diferentes para a sua utilização. Os princípios higienistas, defendidos pelas Luzes do século XVIII, e o crescimento populacional das cidades lotaram os antigos locais de enterramento (cemitérios paroquiais e interiores de igrejas) e obrigou a encontrar soluções alternativas.<br />A possibilidade de criar algo original para os enterramentos dos mortos levou ao desenvolvimento de singulares ideias conceptuais; algumas inspiradas na Antiguidade e influenciadas directamente pelos revivalismos artísticos e arquitectónicos que marcaram o período de Oitocentos: os revivalismos clássicos e egípcio. Um dos exemplos mais curiosos foi a proposta da Grande Pirâmide de Londres (1842): uma construção gigantesca, inspirada nas pirâmides egípcias, imaginada para ter capacidade de albergar cerca de cinco milhões de mortos, acomodados em noventa e quatro camadas; o que lhe daria uma altura superior à da catedral de St. Paul – se esta ideia tivesse sido aceite, hoje observaríamos uma paisagem urbana bem diferente em Londres e, mais significante ainda, os cemitérios contemporâneos seriam por todo o mundo muito diferentes.<br />Em 1830, a <i>General Cemetery Company</i> de Londres decidiu desenhar os novos cemitérios seculares e os jardins paisagísticos ingleses foram uma das suas maiores influências, assim como o popular e bem-sucedido modelo parisiense do cemitério de Père Lachaise. Criado em 1803, sob a forte ascendência dos aclamados jardins paisagísticos de Stowe, que recriavam os Campos Elísios descritos pelo poeta Virgílio na Eneida (imagem perpetuada pelo célebre poeta Gilbert West, em 1732, na descrição que fez dos famosos jardins do seu tio Lord Cobham). Construído nos terrenos que haviam pertencido ao padre jesuíta confessor de Luís XIV, o cemitério venceu a desconfiança dos parisienses e reinava como o mais cobiçado local de enterramento da Cidade das Luzes, graças a uma manobra publicitária que permitiu lá enterrar Molière e La Fontaine, assim como os malogrados amantes Abelardo e Heloísa, elevando o estatuto do cemitério.<br />Os seus serpenteantes caminhos em pedra, árvores frondosas e plano inclinado, permitem invocar imagens de paz e serenidade, materializando o conceito dos cemitérios-jardim que hoje conhecemos: uma versão terrena e utilitária dos Campos Elísios e de Arcádia, em comunhão harmoniosa com a natureza. É, por isso, impossível fugir a essas referências a Arcádia e aos Campos Elísios quando visitamos os cemitérios ingleses mais representativos deste estilo, como Kensal Green ou Highgate, os mais emblemáticos dos cemitérios vitorianos que circundam a cidade de Londres, conhecidos como os Sete Magníficos.<br />A constância das referências da Antiguidade nos cemitérios românticos pode ser calculada na forma como eles foram projectados como cemitérios-jardim, onde ainda hoje a vegetação abundante se mistura com as pedras dos jazigos, escondidos entre caminhos ziguezagueantes, reconstruindo os paraísos utópicos de Arcádia e dos prados eternos dos Campos Elísios. Porém, é também possível encontrar essas referências nas próprias construções e nos elementos decorativos que preencheram os cemitérios nos anos seguintes à sua construção; mesmo naqueles que, como aconteceu em Portugal, fugiram à criação dos cemitérios-jardim, optando por modelos mais ordenados e menos orgânicos. Foram repescadas as pirâmides e obeliscos egípcios e as colunas e frontões dos templos greco-romanos. As decorações, a apropriação de imagens antigas e conceitos clássicos, toda essa simbologia agora recontextualizada no espaço da Morte, no interior dos cemitérios, renovou a linguagem representativa da morte com o objectivo de comunicar com aqueles que visitavam e observavam as campas.<br />A cultura clássica, que continua a fazer parte da formação e educação das classes altas, invade também o espaço cemiterial e aparece na decoração dos jazigos, com mais ou menos enfase, dependendo também da inclinação religiosa do dono do jazigo. Há vários exemplos, mais ou menos comuns, que podem ainda hoje ser encontrados: os lacrimais romanos, as urnas funerárias, o alfa e o ómega do alfabeto grego, mas também referências egípcias com esfinges e papiros – estas menos comuns em Portugal.<br />A apropriação dos clássicos passou também pela apropriação de personagens, especialmente de duas delas: Chronos, o Pai-Tempo, representado por um velho de longas barbas que agarra uma ampulheta ou uma gadanha; e Átropos, representada por uma mulher com um fio e uma tesoura. Das três parcas encarregues dos destinos dos homens é Átropos quem determina o fim da vida humana e corta o fio que a simboliza. (As outras parcas são Cloto, representada com um fuso e responsável pelos nascimentos e partos, e Láquesis, que enrola e estica o fio, determinado os atributos dos homens.)<br />A simbologia específica da morte foi crescendo e tornando-se mais comum: a gadanha de Chronos começa a ser representada de forma isolada, sem recorrer à figura humana; a ampulheta aparece também sozinha e ganha asas (de pomba ou de morcego – diurnas ou nocturnas). Aparece a tocha invertida, os salgueiros-chorões, a coluna ou arco quebrado, o caduceu tombado, a papoila dormideira, a caveira (que já fazia parte deste universo nas representações de <i>Danse Macabre</i> da época medieval), a árvore com um galho partido, esqueletos e ossadas – e a tesoura e o fio cortado, já sem a figura feminina de Átropos.<br />Os símbolos da morte sofrem, pois, uma estilização: ícones desapartados da figuração antropomórfica, seguindo de perto, afinal de contas, a essência mnemónica, simbólica e abstracta da morte.</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-cb1vIpbRxPc/WzFL2TrqZ_I/AAAAAAAAMPk/6HxyvvqhV0Irak7cdDBF0qBy-BHH9Tq0gCEwYBhgL/s1600/36188420_10155923365098802_4541591593810919424_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://3.bp.blogspot.com/-cb1vIpbRxPc/WzFL2TrqZ_I/AAAAAAAAMPk/6HxyvvqhV0Irak7cdDBF0qBy-BHH9Tq0gCEwYBhgL/s400/36188420_10155923365098802_4541591593810919424_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0Rua da Meditação, Portugal41.155647 -8.633248399999956716.117970000000003 -49.941842399999956 66.193324 32.675345600000043tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-80279343078468558892017-11-04T23:31:00.001+00:002017-11-04T23:31:39.172+00:00AGM 2017 - Atenas, Grécia<div style="text-align: justify;">
Anualmente, os membros da <a href="http://www.significantcemeteries.org/" target="_blank">Association of Significant Cemeteries of Europe</a> reúne em assembleia (AGM - Annual General Meeting), durante um evento de três dia,s dedicado às temáticas que orbitam em torno dos cemitérios.</div>
<br />
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</div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-M6zFBcNigIA/WfRaIPcZ2cI/AAAAAAAAL5s/dYijJxDeOMEPzTKd5KqPMpWqTWbXu5taACLcBGAs/s1600/XAROKOPIO_POSTER_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="932" height="200" src="https://3.bp.blogspot.com/-M6zFBcNigIA/WfRaIPcZ2cI/AAAAAAAAL5s/dYijJxDeOMEPzTKd5KqPMpWqTWbXu5taACLcBGAs/s200/XAROKOPIO_POSTER_2.jpg" width="116" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cartaz AGM 2017</td></tr>
</tbody></table>
Estes encontros anuais permitem que tafófilos de vários países possam partilhar experiências, divulgar livros, visitar cemitérios, conhecer costumes fúnebres, ver e fazer apresentações sobre temas cemiteriais e conviver com outras pessoas com interesses semelhantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Este ano, o AGM 2017 teve lugar na <a href="https://www.hua.gr/index.php/en/" target="_blank">Universidade de Harokopio</a> em Atenas, na Grécia, entre os dias 5 e 7 de Outubro, com o tema <i>Ancient Greek Art and European Funerary Art</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
O programa do evento incluiu três dias cheios de visitas, experiências e apresentações: 29 apresentações, 36 cientistas e pesquisadores, 2 palestrantes principais, 3 cemitérios, 1 ritual funerário grego, 2 duas recepções oficiais </div>
<div style="text-align: justify;">
e um fantástico grupo de cerca de 100 pessoas (aguardamos números oficiais de participantes). Podem <a href="https://goo.gl/AgDo2H" target="_blank">consultar o programa completo através deste link</a>.<br />
<br />
O primeiro dia começou com a AGM (<a href="http://www.significantcemeteries.org/2017/10/agm-2017-report.html" target="_blank">o detalhe da reunião pode ser consultado no site oficial da associação</a>), mas não posso deixar de destacar dois pontos muitos relevantes para a comunidade tafófila portuguesa:<br />
<br />
<ul>
<li>Na apresentação dos futuros membros, a <a href="http://www.cm-lisboa.pt/" target="_blank">Câmara Municipal de Lisboa</a> foi apresentada como uma das instituições que está em processo de adesão à associação, o que coloca em grande destaque os cemitérios da capital portuguesa. Finalmente, os cemitérios fantásticos que temos em Lisboa (como Prazeres, Alto de São João, Ajuda, Lumiar, Benfica,...) vão ter oportunidade de fazer oficialmente parte das rotas europeias de cemitérios e cultura cemiterial. <b>Parabéns à CML e aos seus colaboradores e votos que a candidatura chegue rapidamente a bom porto!</b></li>
</ul>
<ul>
<li>Nos destinos dos próximos AGM, ficámos a saber que 2018 será em <b>Innbruck</b> (Áustria), em 2019 será em <b>Ghent </b>(Bélgica) e, um dos locais propostos (e ainda é apenas proposta) para 2020 é a cidade do Porto. Parabéns aos <a href="http://www.cm-porto.pt/" target="_blank">Cemitérios do Porto</a> pelo trabalho de excelência que têm vindo a desenvolver de forma regular nos últimos anos, promovendo os seus cemitérios com visitas, concertos, percursos. Faço votos que a proposta se torne numa realidade e que, em <b>2020 o Porto seja a capital europeia da tafófilia, recebendo este evento internacional</b>. </li>
</ul>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Binp5ObABNk/WfRkBThXbbI/AAAAAAAAL6E/kGLdryYprFA_FBUHDKiUEtgjv9sY8ZBpACLcBGAs/s1600/22179687_1511202225592106_372271611710915250_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="888" data-original-width="1080" height="164" src="https://1.bp.blogspot.com/-Binp5ObABNk/WfRkBThXbbI/AAAAAAAAL6E/kGLdryYprFA_FBUHDKiUEtgjv9sY8ZBpACLcBGAs/s200/22179687_1511202225592106_372271611710915250_o.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dr.ª Sophie Oosterwijk e o monumento<br />
funerário de D. Afonso, em Braga</td></tr>
</tbody></table>
<div>
Ainda durante a manhã, moderadas pela Prof. Evangelia Georgitsoyanni (responsável pelo <i>Editorial Board</i> e o <i>Organizing Committee</i>), foi possível ouvir as palestras principais pela Dr.ª Sophie Oosterwijk e pela Dr.ª Julie Rugg. </div>
<div>
Destaque para a extraordinária peça funerária de D. Afonso, primogénito do rei D. João I e que faleceu aos 10 anos, tendo sido inumado na catedral de Braga, parte da apresentação da Dr.ª Sophie, e que me vai obrigar a visitar novamente a cidade de Braga a curto prazo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Depois do almoço, em sessões paralelas, foram muitas as apresentações, de diversos cemitérios pela Europa: de Espanha à Croácia, passando pela Bélgica e, claro, com grande ênfase para os cemitérios gregos. </div>
<div>
É com satisfação que se consegue perceber que, cada vez mais, os cemitérios e os monumentos funerários são tema de estudo, com profundidade e seriedade, e a divulgação destes trabalhos e deste tipo de eventos é fundamental para o crescimento e maturação da área.</div>
<div>
O dia terminou com uma recepção na Câmara Municipal de Atenas, que nos ofereceu um cocktail nas suas belíssimas instalações.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O segundo dia iniciou com novo painel no auditório principal, onde tive o prazer de representar Portugal, fazendo uma apresentação sobre o Jazigo Palmela, do cemitério lisboeta dos Prazeres.<br />
<br /></div>
<div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-ZbUNnYmBJ9o/WfRnSzM-m0I/AAAAAAAAL6U/roz2p9Kdaa4rd4GDA59yI3HGYicvpzM6QCLcBGAs/s1600/22312246_10213459841471137_2080552830_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://4.bp.blogspot.com/-ZbUNnYmBJ9o/WfRnSzM-m0I/AAAAAAAAL6U/roz2p9Kdaa4rd4GDA59yI3HGYicvpzM6QCLcBGAs/s400/22312246_10213459841471137_2080552830_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>The Palmela Mausoleum in the Prazeres Cemetery, Lisbon: A Symbolic interpretation</i> por Gisela Monteiro<br />
(foto de Valeria Celsi - obrigada!)</td></tr>
</tbody></table>
Não posso deixar de agradecer novamente ao Dr. Licínio Fidalgo por toda a disponibilidade durante a fase de preparação dos trabalhos.</div>
<div>
Espero que a apresentação e a contextualização histórica do surgimento dos cemitérios em Portugal tenha também sido um convite para sermos visitados, porque os nossos cemitérios têm muita arte e muitas histórias para contar. Pelo <i>feedback</i> que obtive no intervalo, deixámos muita gente curiosa e com vontade de saber mais sobre a nossa história e os nossos cemitérios.</div>
<div>
Logo que a publicação das actas da conferência esteja concluída disponibilizarei online o <i>paper</i> que esteve na origem da apresentação.<br />
<br /></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-a4GMJEvTO_4/WfUPZyasO0I/AAAAAAAAL6w/LnAbhDJSRFc_kH77bCL6d1F6A5mjpFkgwCLcBGAs/s1600/22289609_1512285532150442_1561767240277322823_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-a4GMJEvTO_4/WfUPZyasO0I/AAAAAAAAL6w/LnAbhDJSRFc_kH77bCL6d1F6A5mjpFkgwCLcBGAs/s200/22289609_1512285532150442_1561767240277322823_o.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Kerameikos</td></tr>
</tbody></table>
O dia continuou com mais apresentações, seguida de uma visita ao cemitério de Kerameikos, onde passeámos entre marcos tumulares datados de 400 a.C., antes da visita ao museu onde estão guardadas algumas das peças originais, descobertas durante os trabalhos arqueológicos.<br />
<br />
Seguiu-se uma viagem até Kifissia, nos arredores da cidade de Atenas, onde tivemos a oportunidade de experimentar um ritual funerário tradicional grego, normalmente celebrado passados 40 dias após a morte de um ente querido, em que os familiares e amigos se reúnem para beber café grego (feito de uma forma em que a bebida não é coada, mantendo as borras para serem bebidas com o café), pequenos biscoitos secos, uma bebida alcoólica parecida com cognac e um bolo tradicional, chamado <i>koliva</i>, feito de frutos secos e sementes, misturado com açúcar e trigo cozido.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KmAK8TSRj0I/WfUU_waDwxI/AAAAAAAAL7A/gN97_ApKNcshQjyoGBI-bBv1XFdAS91EQCLcBGAs/s1600/23023121_10155290056893802_1932520668_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-KmAK8TSRj0I/WfUU_waDwxI/AAAAAAAAL7A/gN97_ApKNcshQjyoGBI-bBv1XFdAS91EQCLcBGAs/s200/23023121_10155290056893802_1932520668_o.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Koliva</td></tr>
</tbody></table>
O bolo é depois desfeito e distribuído pelos convidados em pacotinhos individuais, em conjunto com uma colher.<br />
Foi uma experiência diferente e muito enriquecedora, também por ter sido acompanhada pelo padre ortodoxo da paróquia.<br />
Seguiu-se uma breve visita ao cemitério de Kifissia, aberto propositadamente, um cemitério em uso e com monumentos do século XX e XXI, que terminou já com o pôr-do-sol, o que proporcionou imagens muito bonitas.<br />
<br />
O dia terminou nas instalações da Câmara Municipal de Kifissia, foram apresentadas as últimas palestras da conferência, antes de um simpático jantar <i>buffet</i>.<br />
<br />
No dia seguinte, bem cedo, fizemos uma visita guiada ao belíssimo Primeiro Cemitério de Atenas, com monumentos maravilhosos, grandiosos e esculturas de autores de renome (este cemitério será alvo de um artigo dedicado, pelo que não entraremos agora em muito detalhe).<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-jrqk1AcxPKE/WfUemKDI81I/AAAAAAAAL7c/ME4pxluqEcwKzqtIOMlWoto4FJNzjWEVQCLcBGAs/s1600/22908456_10155290128953802_1251044140_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1171" data-original-width="1390" height="336" src="https://2.bp.blogspot.com/-jrqk1AcxPKE/WfUemKDI81I/AAAAAAAAL7c/ME4pxluqEcwKzqtIOMlWoto4FJNzjWEVQCLcBGAs/s400/22908456_10155290128953802_1251044140_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Primeiro Cemitério de Atenas</td></tr>
</tbody></table>
Fica só a nota, para os futuro visitantes: não se esqueçam de usar repelente para melgas e mosquitos, uma vez que existem muitos e bastante agressivos entre os ciprestes do cemitério.<br />
Em último lugar, para fechar os fantásticos três dias dedicados à tafófilia em Atenas, tivemos a oportunidade única de visitar o Museu da Acrópole, tendo como guia o Dr. Georgios Spyropoulos, Director-Geral de Antiguidades e Herança Cultural.<br />
<br />
Uma experiência a divulgar e repetir. Para o ano há mais, em Innsbruck!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-SnVQxCIrpXM/WfUZSnUCs0I/AAAAAAAAL7M/_JtFER5jrVEV6uUa0OJkdlTYsTWM0-XbwCLcBGAs/s1600/AGM2017_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="803" data-original-width="1600" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-SnVQxCIrpXM/WfUZSnUCs0I/AAAAAAAAL7M/_JtFER5jrVEV6uUa0OJkdlTYsTWM0-XbwCLcBGAs/s400/AGM2017_1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">AGM 2017 in Kerameikos (foto ASCE)</td></tr>
</tbody></table>
<a href="https://photos.google.com/u/0/share/AF1QipMOXeFdO0q7tiB49QCxdMc98BDj45Tqtlfyo6AN_hzL5Fot6vn-fcv6IQ8DIrdQ9w?pageId=none&key=RTVvMTN5N01mOUVNUjcxNWtyWFA0S0czX3BXY0hn" target="_blank">O álbum fotográfico oficial do evento pode ser acedido através deste link.</a><br />
<br /></div>
<div>
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0Eleftheriou Venizelou 70, Kallithea 176 76, Greece37.961092 23.70838209999999412.923405000000002 -17.600211900000005 62.998779 65.0169761tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-67319280064009835342017-04-04T23:31:00.000+01:002017-04-04T23:31:10.000+01:00A Morte em Lisboa. Novos Dados, Novas Problemáticas<div style="text-align: justify;">
No próximo dia 8 de Abril, no Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa, irá decorrer o colóquio "A Morte em Lisboa. Novos Dados, Novas Problemáticas", organizado pela <a href="https://www.facebook.com/aap.olisiponenses/?hc_ref=SEARCH" target="_blank">Comissão de Estudos Olisiponenses da Associação de Arqueólogos de Portugal</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-VA0_RpyOtzg/WOQd17LwJ8I/AAAAAAAALZE/RNgA3KS-v90Dq4ZL4IoptQlOVpFvVeMrgCEw/s1600/17098400_831930016949427_378113433930921822_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-VA0_RpyOtzg/WOQd17LwJ8I/AAAAAAAALZE/RNgA3KS-v90Dq4ZL4IoptQlOVpFvVeMrgCEw/s1600/17098400_831930016949427_378113433930921822_n.jpg" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-19288461244014582622017-04-01T22:13:00.000+01:002017-04-01T22:13:04.319+01:00Visitas Guiadas - Cemitérios de Lisboa<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Já está disponível o programa de visitas guiadas nos Cemitérios de Lisboa para os meses de Abril, Maio e Junho.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Escolham o local ou o tema que mais vos interessa e inscrevam-se já enviando um email para <a href="mailto:dmevae.dgc@cm-lisboa.pt">dmevae.dgc@cm-lisboa.pt</a>.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-7x3lfuQBuBc/WOAWTv_tKSI/AAAAAAAALWw/Q9n9XPphf-AadLj706H71D7mEJYn6nRcQCLcB/s1600/17668854_10211986904769374_804863280_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="https://1.bp.blogspot.com/-7x3lfuQBuBc/WOAWTv_tKSI/AAAAAAAALWw/Q9n9XPphf-AadLj706H71D7mEJYn6nRcQCLcB/s400/17668854_10211986904769374_804863280_o.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
E no dia 20 de Maio, a visita é nocturna. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-65758823604418670912017-03-11T22:10:00.000+00:002017-03-11T22:10:51.447+00:00"Da Mortalha ao Caixão" - Elegia<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Sds1eQAnbe8/WMRz-AI6QfI/AAAAAAAALPo/HccwsL1H2XoPRV5kG2ySb9vMbjx5N8BkACEw/s1600/17200611_10154583551378802_960083157_o%2B%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-Sds1eQAnbe8/WMRz-AI6QfI/AAAAAAAALPo/HccwsL1H2XoPRV5kG2ySb9vMbjx5N8BkACEw/s200/17200611_10154583551378802_960083157_o%2B%25281%2529.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O volume número 5 da Elegia - a revista semestral da <a href="https://www.facebook.com/AAFCENTRO/" target="_blank">AAFC Associação de Agentes Funerários do Centro</a> - apresenta-nos um <i>dossier</i> especial sobre Urnas Funerárias. Nesse dossier podem encontrar um novo artigo meu, onde apresento a história do caixão, intutilado "<i>Da Mortalha ao Caixão</i>".</div>
<div style="text-align: justify;">
Contactem a AAFC e assinem a revista para receber as cópias impressas vale a pena, mas para já, fiquem com o <a href="https://goo.gl/gPxZqI" target="_blank">formato digital.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Boas leituras, caros Tafófilos!</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-51029454212002056682016-12-09T00:14:00.000+00:002016-12-09T00:14:08.903+00:00Falecidos Famosos: Florbela Espanca<div class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-yR439Id6zzA/WEnxZ_lgn2I/AAAAAAAAKws/zC2b60fificIIGaMoHrAufN1TxCaQjIAgCLcB/s1600/IMG_8386-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://2.bp.blogspot.com/-yR439Id6zzA/WEnxZ_lgn2I/AAAAAAAAKws/zC2b60fificIIGaMoHrAufN1TxCaQjIAgCLcB/s200/IMG_8386-001.jpg" width="134" /></a>Ao entrar no cemitério de Vila Viçosa, guardado no interior do castelo, limitado pela muralha ameiada, o primeiro sepulcro que vemos é o da poetiza Florbela Espanca (Α:1894 - Ω:1930).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nascida a 8 de Dezembro, viria a suicidar-se também a 8 de Dezembro, 36 anos depois.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo caminho, uma vida cheia de tudo, mas principalmente cheia de dores que a marcaram profundamente: casamentos fracassados, crianças que nunca nasceram, a angustia da sociedade mesquinha e amores por cumprir e vários livros que ficam para sempre, como <i>Charneca em Flor</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Amar!</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
Eu quero amar, amar perdidamente!<br />Amar só por amar: Aqui... além...<br />Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...<br />Amar! Amar! E não amar ninguém! </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
Recordar? Esquecer? Indiferente!...<br />Prender ou desprender? É mal? É bem?<br />Quem disser que se pode amar alguém<br />Durante a vida inteira é porque mente! </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
Há uma Primavera em cada vida:<br />É preciso cantá-la assim florida,<br />Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada<br />Que seja a minha noite uma alvorada,<br />Que me saiba perder... pra me encontrar... </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor" </blockquote>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com07160 Vila Viçosa, Portugal38.779973744294324 -7.415063381195068438.779200244294323 -7.4163238811950682 38.780747244294325 -7.4138028811950685tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-64852556704200142422016-12-08T01:33:00.001+00:002016-12-08T01:33:32.076+00:00Tributo a Mário Cesariny<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-4P8h3RliK5U/WEi3yLzz0nI/AAAAAAAAKwc/4l4DV4LFx1kbEuPF7apfj9o0aKuNJU6fwCLcB/s1600/15380498_1219534651425533_5660355981929799653_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-4P8h3RliK5U/WEi3yLzz0nI/AAAAAAAAKwc/4l4DV4LFx1kbEuPF7apfj9o0aKuNJU6fwCLcB/s640/15380498_1219534651425533_5660355981929799653_n.jpg" width="441" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0Lisbon, Portugal38.714196092825212 -9.171373844146728538.712647592825213 -9.1738953441467288 38.71574459282521 -9.1688523441467282tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-26815240798903423812016-08-09T23:03:00.001+01:002016-08-09T23:04:39.374+01:00"Sobre Turismo Cemiterial" na Revista Elegia<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
No número 4 da revista Elegia (revista semestral da <a href="http://www.aafcentro.com/">AAFC Associação de Agentes Funerários do Centro</a>) podem ler o meu artigo "Sobre Turismo Cemiterial", no qual desenvolvo esta temática, ilustrando-a com fotografias minhas de vários cemitérios europeus que visitei.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Para além do artigo, podem ainda encontrar várias referências ao blog <i><a href="https://www.facebook.com/MortSafe/">Mort Safe</a></i>.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-NAUIXiyQndE/V6pMhI5bpHI/AAAAAAAAKU8/9TSxaCDNPaYhwqC8ycWfBYFVuAS-VF_fgCLcB/s1600/13931568_10153960289133802_256973146_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://3.bp.blogspot.com/-NAUIXiyQndE/V6pMhI5bpHI/AAAAAAAAKU8/9TSxaCDNPaYhwqC8ycWfBYFVuAS-VF_fgCLcB/s400/13931568_10153960289133802_256973146_o.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
A revista <i>Elegia</i> é uma publicação semestral dedicada ao sector funerário, com uma diversidade de colaborações que permite extravasar o público-alvo inicial e ser do interesse do leitor comum e, especialmente, do leitor tafófilo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os números têm sido subordinados a temáticas específicas, organizadas em dossiers, cobrindo os mais variados temas; até agora foi publicado um dossier sobre Cremação (n.º1), sobre Transportes Funerários (n.º2) e sobre Cerimónia Fúnebre, Crenças e Rituais (n.º3).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://drive.google.com/open?id=0B5xe_NpPGIHMQ0lFQmdVeGc0YUk">Este semestre, o n.º4 é dedicado a Cemitérios e podem aceder ao pdf da revista, clicando nesta hiperligação.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-88948498291128133572016-06-18T12:30:00.000+01:002016-06-18T13:11:43.198+01:00Cemitério de Montjuïc<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-QIH7hIcr_os/V2UaPTJBBoI/AAAAAAAAKJw/78-IKvZVbsw6oL9xmn0rasp6FEuceZfwgCLcB/s1600/34_MontAngel1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://4.bp.blogspot.com/-QIH7hIcr_os/V2UaPTJBBoI/AAAAAAAAKJw/78-IKvZVbsw6oL9xmn0rasp6FEuceZfwgCLcB/s400/34_MontAngel1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><i>Panteón Augusto Urrutia i Roldán</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">No passado mês de Maio tive a fantástica oportunidade de passear entre as campas, gavetas e mausoléus (na Catalunha chamam-lhes panteões) dos cemitérios de Montjuïc e Poublenou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-ZuLAXrrVWbM/V2Ugg0PR63I/AAAAAAAAKKA/R8mIj_ujk24iF4ltIEVtI_j74yWlVpNBQCLcB/s1600/IMG_9290-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="134" src="https://1.bp.blogspot.com/-ZuLAXrrVWbM/V2Ugg0PR63I/AAAAAAAAKKA/R8mIj_ujk24iF4ltIEVtI_j74yWlVpNBQCLcB/s200/IMG_9290-001.jpg" width="200" /></a>As peças são fantásticas, gigantescas, assombrosas e todo o tempo é sempre pouco para visitar (e fotografar um sitio assim).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Montjuïc tem uma dimensão assustadora, correndo monte acima e estendendo-se verdadeiramente até se perder de vista.</div>
<div style="text-align: justify;">
A inumação é praticamente toda feita com recurso a gavetas, em paredes altas, decoradas com pequenas pedras que foram retiradas do próprio espaço agora ocupado pelo cemitério, de tonalidade amarelada. </div>
<div style="text-align: justify;">
As pequenas portas. de metal ou de pedra, decoradas com inscrições e desenhos enchem-se de flores, deixadas pelos familiares com recurso a enormes escadas móveis em metal.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-i_pttADD-CI/V2UiQDukk3I/AAAAAAAAKKM/7ipP-3tARZ4ilWZuyN9lNaFwH4ugupyMACLcB/s1600/IMG_9491-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://1.bp.blogspot.com/-i_pttADD-CI/V2UiQDukk3I/AAAAAAAAKKM/7ipP-3tARZ4ilWZuyN9lNaFwH4ugupyMACLcB/s320/IMG_9491-001.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
As ruas deste cemitério do século XIX - inaugurado a 17 de Março de 1883 - vão-se estendendo monte acima, começando no sopé quase sobre as águas do porto comercial de Barcelona. Sobre o cemitério, enormes e ameaçadoras gaivotas vão esvoaçando e soltando gritos, agressivas por sentirem que estamos a invadir o seu espaço.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por entre os ciprestes e as cruzes, conseguimos vislumbrar os contentores metálicos coloridos, acabados de chegar do mar ou prontos para partir, e as enormes gruas que os movimentam. É um contraste muito realista, que sobrepõe a Morte e a Vida numa única imagem, num único instante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cemitério de Montjuïc nasceu para ser o Monumento dos Monumentos, numa altura em que era possível sonhar ainda com a riqueza que enchia os cofres de Barcelona. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os planos arquitectónicos da época mostram um detalhe e cuidado verdadeiramente grandiosos, mas foi necessário simplificar e atalhar caminho. Os restantes cemitérios não conseguiam dar resposta às necessidade da metrópole e, ao mesmo tempo, a crise financeira impedia a construção inicialmente planeada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda assim, acreditem, o espaço é de tirar a respiração.</div>
<div style="text-align: justify;">
A visita mais interessante é, como sempre em todos estes locais, às zonas mais antigas que, felizmente neste caso, são as mais baixas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-M7hAEPqx4Uo/V2Un9He-_7I/AAAAAAAAKKo/UiYO3iTdXl4LPGqU2UxmU43Y9TgB5pFcACK4B/s1600/34_MontAngel4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://2.bp.blogspot.com/-M7hAEPqx4Uo/V2Un9He-_7I/AAAAAAAAKKo/UiYO3iTdXl4LPGqU2UxmU43Y9TgB5pFcACK4B/s400/34_MontAngel4.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Panteón Buhigas</td></tr>
</tbody></table>
A perspectiva turístico-cultural do espaço está sempre presente e, para além das brochuras com mapas que são distribuídas gratuitamente na entrada dos cemitérios é também possível adquirir livros informativos muito bons e que permitem perceber a história do local, o contexto social e económico em que foi construído e quem são as pessoas que aí estão enterradas e que construíram os seus monumentos, com grande destaque para a arte em si: quem fez, em que estilo se enquadra, etc.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Existe um percurso artístico recomendado, onde junto de cada peça se pode encontrar uma placa com informação detalhada.<br />
<br />
É muito fácil e reconfortante ser tafófilo num cemitério de Barcelona.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
PS: com este post não posso deixar de agradecer a <a href="http://www.patrimonifunerari.cat/" target="_blank">Tony Collbató</a> e Juanjo Macias a forma calorosa como me receberam em Barcelona: sem eles, a minha experiência não tinha sido tão rica, tão cheia, tão mágica: <i><b>Gràcies, amics!</b></i><br />
O meu agradecimento também aos <a href="http://www.cbsa.cat/" target="_blank">Cementiris de Barcelona</a> por toda a disponibilidade e por tratarem tão bem dos seus espaço e dos seus visitantes. Que inveja, que orgulho.<br />
<br />
É uma felicidade perceber que a comunidade tafófila não tem fronteiras para os afectos.<br />
<br />
Para quem tem facebook, não esquecer de aderir ao grupo <a href="https://www.facebook.com/groups/10150160094145385/" target="_blank">Apoyamos la Ruta Europea de Cementerios</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2Parc de Montjuïc, Barcelona, Barcelona, Spain41.354081400087317 2.155808208862254141.35259140008732 2.1532867088622543 41.355571400087314 2.1583297088622539tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-92110213019083534302015-03-15T19:12:00.002+00:002019-10-19T07:47:28.923+01:00Monumentos Memoráveis: Thérèse Schwartze<div style="text-align: justify;">
Nos arredores de Amesterdão fica o cemitério <i>De Nieuwe Ooster</i> (<i>O Novo Oriente</i>), considerado o cemitério holandês com maior número de jazigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-hpBy5Rvjgzw/VQXVI_nuCII/AAAAAAAAJ_k/32HBtuz9rqA/s1600/IMG_7058-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://3.bp.blogspot.com/-hpBy5Rvjgzw/VQXVI_nuCII/AAAAAAAAJ_k/32HBtuz9rqA/s1600/IMG_7058-001.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
É um cemitério completamente diferente de todos os que já visitei: cada jazigo é um monumento independente, livre, sem obrigações legais ou linhas de orientação; pelo menos, foi isso que senti, depois de um passeio pelo espaço.</div>
<div style="text-align: justify;">
Construído em três fases distintas (1889, 1915 e 1928), é um verdadeiro cemitério-jardim de tradição vitoriana, com caminhos ondulantes, perdidos entre árvores e arbustos. Neste momento, funciona ainda como Jardim Botânico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre jazigos feitos com madeira, vidro colorido, metal ou pedra, encontramos numa curva do jardim, quase escondido pela folhagem verde em volta, um túmulo digno de uma princesa das histórias dos Irmãos Grimm: é a campa da pintora <b>Thérèse Schwartze</b> (Α:1851 - Ω:1918).</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-NTWe7EeKw2Q/VQXS9R0JH6I/AAAAAAAAJ_U/1tHSkdbU0p8/s1600/IMG_7042-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://1.bp.blogspot.com/-NTWe7EeKw2Q/VQXS9R0JH6I/AAAAAAAAJ_U/1tHSkdbU0p8/s1600/IMG_7042-001.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo nascido em 1851 e pintado toda a vida, aprendendo as primeiras técnicas com o pai - também pintor - passando por Paris, Munique e acabando por se estabelecer em Amesterdão, os seus trabalhos mais destacados são retratos, maioritariamente das figuras cosmopolitas mais eminentes do seu tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
É assim que ela está apresentada no túmulo: <i>Therese van Duyl-Schwartze - Pintora de Retratos</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1918, na sequência da morte do marido, a artista não resistiu ao choque e à doença que já a enfraquecia e morreu, com a idade de 61 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Inicialmente, foi enterrada no famoso cemitério holandês de <i>Zorgvlied</i>, mas mais tarde transladada para <i>De Nieuwe Ooster</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
A sua irmã Georgine - uma escultora famosa - fez-lhe o monumento funerário, usando uma <a href="http://taphophilia.blogspot.pt/2011/08/mascaras-mortuarias.html" target="_blank">máscara mortuária</a> como base para o rosto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-TUN-PB_k9e4/VQXS9MNxGgI/AAAAAAAAJ_Q/-2q-qpJvQRA/s1600/IMG_7052-001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="270" src="https://2.bp.blogspot.com/-TUN-PB_k9e4/VQXS9MNxGgI/AAAAAAAAJ_Q/-2q-qpJvQRA/s1600/IMG_7052-001.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O monumento é lindíssimo e a colocação é perfeita. A minha peça favorita do cemitério de <i>De Nieuwe Ooster.</i> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Unknownnoreply@blogger.com0Stichting arboretum De Nieuwe Ooster, Kruislaan 126, 1097 GA Amsterdam, Netherlands52.3457987 4.938812900000016352.3360982 4.918642900000016 52.355499200000004 4.9589829000000165tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-71143557038854119292015-01-18T00:12:00.000+00:002015-01-18T00:12:23.139+00:00Vídeo "Da Pedra aos Ossos: Observação do Limiar da Infinitude"<div style="text-align: justify;">
A inauguração da exposição de fotografia <i>Da Pedra aos Ossos: Observação do Limiar da Infinitude</i> ocorreu ontem, dia 16 de Janeiro, na galeria de arte do Palácio dos Aciprestes, sede da <a href="https://www.facebook.com/fundacao.marquesdepombal?fref=ts" target="_blank">Fundação Marquês de Pombal</a>.</div>
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Numa sala cheia, reunida para a primeira sessão do ciclo de palestras sobre terror <i><a href="https://www.facebook.com/SustosAsSextas" target="_blank">Sustos às Sextas</a></i>, foi feita uma breve apresentação, seguida de uma visita à exposição. </div>
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Até final de Janeiro podem ainda (re)visitar o espaço, em preparação para a próxima palestra dos Sustos às Sextas, dia 13 de Fevereiro.</div>
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Para quem esteve presente, o vídeo que se segue é um complemento; para quem não foi ainda ao Palácio dos Aciprestes, serve de <i>teaser</i>.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0Lisbon, Portugal38.7222524 -9.139336599999978738.6231754 -9.3006980999999787 38.8213294 -8.9779750999999788tag:blogger.com,1999:blog-1711564221600973876.post-1584813350692498912014-12-14T22:20:00.000+00:002015-01-17T13:38:17.480+00:00Da Pedra aos Ossos: Observação do Limiar da Infinitude<div style="text-align: justify;">
No dia 16 de Janeiro de 2015 será a inauguração da minha nova exposição de fotografia, de temática tafófila: <b><i>Da Pedra aos Ossos: Observação do Limiar da Infinitude</i></b>.</div>
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Em dezanove imagens a preto-e-branco, explora-se os limites entre a pedra esculpida e o osso humano, através de caveiras - o<i> speculum mortis</i> por excelência - recordando ao Homem a sua efemeridade.<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-zM2CVduEi7c/VI4Kj2Q8IZI/AAAAAAAAJ8c/3w0lngSLaEk/s1600/Cav_Ev_16%2Bnova.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-zM2CVduEi7c/VI4Kj2Q8IZI/AAAAAAAAJ8c/3w0lngSLaEk/s1600/Cav_Ev_16%2Bnova.jpg" height="281" width="400" /></a></div>
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A exposição será no Palácio dos Aciprestes da Fundação Marquês de Pombal, em Linda-a-Velha, integrada no programa do ciclo de palestras de terror <a href="https://www.facebook.com/SustosAsSextas" target="_blank">Sustos às Sextas</a>. </div>
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<a href="https://docs.com/1FZKU" target="_blank">Podem ler o programa completo aqui.</a><br />
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Unknownnoreply@blogger.com0