«Aos que na longa noite do fascismo foram portadores da chama da liberdade
e pela liberdade morreram no campo de concentração do Tarrafal.»
16.11.12
Mais do que palavras...
Labels:
Alto de São João,
Estado Novo,
Monumento,
Tarrafal
10.11.12
Simbologia: Perpétua Saudade
Uma das componentes que me parece mais interessante de interpretar na simbologia cemiterial é a da flora.

Em todos os casos com que me deparei durante muito tempo, a simbologia da planta obrigou sempre à sua interpretação, nunca tendo um significado literal.
Por exemplo: o trevo comum - de três folhas - é normalmente usado para representar a Santíssima Trindade, mas acabou também por representar a Irlanda, uma vez que, segundo a lenda, São Patrício - para além de ter expulsado as serpentes - levou consigo o trevo e espalhou-o pela ilha, em representação, precisamente, da Santíssima Trindade. Assim, quando encontramos um trevo numa campa, é muito possível que estejamos na presença da campa de um irlandês ou de um católico devoto.
Também é preciso considerar as modas e escolhas estéticas. Não é incomum encontrarmos várias campas seguidas com simbologia ou monumentos semelhantes: uma vezes, porque é uma só família (e foi essa a forma encontrada para a representar); outras, porque a escolha foi puramente estética - muitas vezes feita por catálogo, de acordo com as amostras que o artesão tinha na oficina ou com base naquilo que se viu no cemitério numa visita anterior.
No entanto, no caso de Portugal - até agora ainda não me cruzei com este fenómeno em outros países - existe, pelo menos, um caso de literalidade.

As Perpétuas são plantas conhecidas por florirem em canudinhos ou bolinhas - conhecidas também pelo chá que se faz com elas: em especial, o de perpétuas roxas; favorito da fadista Amália - e a Saudade tem uma representação parecida com a do cardo, podendo até ser confundida com este.
Juntas, não carecem de mais interpretação: significam "Perpétua Saudade" ou "Saudade Perpétua".
Resta realçar que, no nosso país, estas duas flores foram utilizadas frescas para enfeitar as campas. Em 1872, Ramalho Ortigão descrevia os cemitérios lisboetas da seguinte forma:
«Chegámos ao cemitério. Das grades que circulam os jazigos pendem coroas de perpétuas cor de milho estreladas de saudades roxas. Dentro dos carneiros ardem velas de cera, vicejam ramos de flores tristes e simbólicas em vasos de porcelana; e longos bambolins de crepes adornam as lápides tumulares de dísticos de ouro em fundo negro. Algumas senhoras de vestidos pretos passam silenciosas e graves. À porta algumas carruagens esperam. Eis tudo o que vimos no cemitério.»
Labels:
Alto de São João,
Citação,
Flora,
Flores,
Irlanda,
Perpétua,
Prazeres,
Ramalho Ortigão,
Saudade,
Simbologia,
Trevo
2.11.12
Suspensão do Feriado do Dia de Todos os Santos
Com a suspensão, pelos os próximos cinco anos, do feriado do Dia de Todos os Santos em Portugal, a SIC Notícias preparou duas interessantes peças.
A primeira sobre os efeitos práticos da suspensão deste feriado nas celebrações do Dia de Fiéis Defuntos que se vão mantendo no nosso país.
A primeira sobre os efeitos práticos da suspensão deste feriado nas celebrações do Dia de Fiéis Defuntos que se vão mantendo no nosso país.
A segunda sobre os motivos, para lá dos económicos, que levaram a que o 1 de Novembro fosse um dos três feriados religiosos a ser seleccionado para suspensão.
1.11.12
Pan de Muerto
![]() |
No dia 2 de Novembro, o México reúne-se para celebrar a versão mexicana do nosso Dia dos Fiéis Defuntos, o Día de los Muertos enchendo os cemitérios com família, flores, comida e bebida.
As celebrações começam normalmente na véspera, ainda durante o Dia de Todos os Santos, arrastando-se pela madrugada. As campas são limpas, enfeitadas e, por vezes, é construido um altar com oferendas em honra dos familiares e amigos já falecidos.
Os bolos e pães que são cozinhados nesta altura incluem as famosas caveiras de açúcar colorido, alguns com o nome dos falecidos escrito na cobertura, e o pan de muerto, um pão adocicado e aromatizado com ervas.
Receita de Pan de Muerto
Ingredientes:
- 1/2 caneca de manteiga sem sal;
- 1/2 caneca de leite;
- 1/2 caneca de água;
- 5 canecas de farinha;
- 2 pacotes de fermento em pó;
- 1 colher de chá de sal;
- 1 colher de sopa de sementes de anis;
- 1 caneca de açúcar;
- 4 ovos;
- 1/3 caneca de sumo de laranja;
- 2 colheres de sopa de raspa de laranja;
Modo de Fazer:
- Ao lume, aquecer a manteiga, com o leite e a água, até esta derreter.
- Numa tigela, colocar 1 e 1/2 canecas de farinha, o fermento, o sal, as sementes de anis e 1/2 caneca de açúcar. Misturar tudo a adicionar a mistura do leite com a manteiga. Mexer até ficar homogéneo e, em seguida, adicionar os ovos e mais 1 caneca de farinha, voltando a mexer bem. Pouco a pouco, adicionar o resto da farinha, até a massa se descolar das paredes da tigela.
- Bater a passar por 10 minutos numa tábua enfarinhada. Untar levemente uma taça grande, colocando a massa no fundo, fechar a taça com película aderente e deixar repousar por cerca de 1 hora e meia num local quente, para a massa crescer. Bater um pouco a massa, para depois a moldar em forma de osso ou caveiras. Deixar repousar mais uma hora num local quente para a massa crescer.
- Aquecer o forno a 175º. Colocar os pães no forno durante 40 minutos ou até que estes fiquem dourados.
- Enquanto o pão coze, misturar ao lume, o sumo e a raspa de laranja com o açúcar. Deixar ferver e manter ao lume por 2 minutos. Retirar do lume.
- Quando os pães estiverem cozidos pincelá-los ainda quentes com este preparado.
Enjoy!
Um agradecimento especial a Charles Sangnoir, que cozinhou e nos deliciou com o fantástico Pan de Muerto que podem ver na fotografia.
Subscrever:
Mensagens (Atom)