"Em 12 de Julho de 1824, o sol iluminou uma fantástica procissão. Enquanto a multidão, silenciosa e triste, se juntava para ver o cortejo, cavalos negros de ébano, enfeitadas com plumas também negras, puxavam um grande carro funerário através das ruas de Londres. Logo atrás, seguiam três carruagens com os amigos fiéis do morto. Depois, um a um, passaram os quarenta e sete coches das famílias mais nobres de Inglaterra; símbolos bizarros no funeral de um poeta homenageado pelo Mundo, mas desprezado pelo seu próprio país, os choches iam vazios. Nas casas ao longo do caminho, as mulheres respeitáveis apenas ousavam espreitar o estranho ritual por entre as cortinas das janelas. Mesmo depois de morto, George Gordon, Lord Byron, era ainda evitado pela alta sociedade.
Durante quatro dias, o carro funerário, acompanhado agora somente pelos cangalheiros, prosseguiu solenemente para norte em direcção a Nottingham. Nas pequenas vilas do caminho, plebeus respeitosos juntavam-se para o ver passar, sem dúvida surpresos por ter sido negada a este poeta, o mais popular da época, a honra de ser sepultado no Canto dos Poetas da Abadia de Westminster. Em vez disso, o seu corpo seria inumado no jazigo de família, numa igreja humilde perto da casa dos seus antepassados.
Tendo morrido aos trinta e seis anos, durante mais de quinze Byron fora adorado e desprezado, temido e emulado."
in Os Grandes Mistérios do Passado
Selecções do Readers's Digest.
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