Todas as artes têm a sua Mona Lisa: uma peça que toda a gente conhece, que toda a gente já viu algures e que consegue, muitas vezes, saber o nome do autor, o estilo a que pertence, o local onde se encontra.
Não sei se podemos dizer, sem sombra de dúvida, qual é Mona Lisa da escultura cemiterial, mas se tivesse de escolher uma peça, escolheria o Anjo da Mágoa (Angel of Grief no original) de William Story.
Esta peça magnifica encontra-se na campa da família Story, no Cemitério Não-Católico de Roma e foi o último trabalho do artista, que a concebeu pouco tempo antes de morrer, para a campa de Emelyn Story, sua esposa.
Os registos que encontrei diferem, colocando a morte de Emelyn e eventual realização da peça ora em 1894, ora em 1895. No entanto, em algumas imagens disponibilizadas na Internet, é possível ver uma data gravada no monumento: Janeiro de 1895; uma vez que William Story faleceu em Outubro de 1895, podemos concluir que a data diz respeito à sua mulher e que a peça foi feita entre Janeiro e Outubro de 1895.

Para além disso, o magnifico Anjo de Story foi também replicado em quase todos os países: só nos Estado Unidos foram registadas mais de onze reproduções em diferentes cemitérios.
Existe até um grupo, no site de fotografia Flickr, dedicado apenas a fotografias deste anjo, recebendo imagens de todo o mundo.
Surpreendentemente - ou não! - ainda não encontrei nenhuma réplica exacta do Anjo da Mágoa em cemitérios portugueses, ao contrário do que aconteceu com a imagem do anjo e da donzela de Frederico Fabiani, existente no Jazigo Parpaglioni em Génova; no entanto, quer no cemitério de Agramonte, no Porto, quer no cemitério da Conchada, em Coimbra, foi possível encontrar uma réplica alterada: não se trata de um anjo, mas sim de uma mulher e, no lugar do ramo de carvalho aos pés do altar, podemos encontrar uma criança pequena, tentando alcançar a mão caída da mulher.
A informação que encontrei diz que o trabalho do cemitério de Agramonte (em baixo, à esquerda, a preto e branco) é da autoria de Teixeira Lopes, mas não tem qualquer referência à autoria da peça que se encontra em Coimbra (em baixo, à direita, a cores).
Ambas são belíssimas e, como quase todas as peças que tenho encontrado nos nossos cemitérios, mereciam maior atenção e destaque.
No estoy de acuerdo,para mí sería "La Ángela" de Monteverdi la Mona Lisa Funeraria,ésa mirada,la posición de los brazos...
ResponderEliminarhttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Genova-Staglieno-IMG_2008.JPG
ResponderEliminarÉ, sem dúvida, outra peça muito conhecida e replicada um pouco por todo o mundo.
Irá ser também alvo de um post um destes dias. :)
Una entrada interesante. Hace unos días vi una copia de esta estatua en el cementerio de Notre-Dame de Limbertsberg (Luxemburgo), pero desconocía su nombre y su origen.
ResponderEliminarEstoy de acuerdo con Esther i Toni. Creo que el llamado "ángel de Monteverde" o ángel del monumento funerario de la familia Oneto (Staglieno) es mucho más impactante y sutil, tanto en sus formas como en su expresividad.
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Uma entrada interessante. Alguns dias atrás eu vi uma cópia desta estátua no cemitério de Notre-Dame de Limbertsberg (Luxemburgo), mas não sabia seu nome e origem.
Concordo com Toni.Eu acho que o chamado "anjo da Monteverde" ou anjo da família memorial Oneto (Staglieno) é muito mais poderoso e sutil tanto na sua forma e sua expressividade.
Gisela, é a primeira vez que venho ao teu blog e fiquei deveras fascinado com a riqueza de informações e de detalhes.
ResponderEliminarAqui em São Paulo o cemitério do Araçá me inspirou a escrever um poema cujo título dei de "Columbário Medonho" (Ossuário)
Quando quiser apareça no Vozes de Minha Alma e seja bem-vinda.
Um fraterno abraço.