Sendo uma das mais comuns representações de plantas nos nossos cemitérios - assim como as perpétuas e as saudades - as papoilas dormideiras são facilmente identificadas, mesmo quando introduzidas em composições com outros elementos, graças à sua forma bolbosa e gomada, coroada com um anel zigzagueante.
Se considerarmos que o aparecimento dos cemitérios coincidiu com uma época em que o consumo de ópio e derivados opiáceos era comum, percebemos que símbolo da papoila era de fácil leitura para os coevos.
Assim, devido às propriedades narcóticas do ópio, a papoila dormideira - como é conhecida em Portugal - é associada com o Sono, a Morte e Morfeu, o deus grego dos Sonhos. Recorde-se que uma das substâncias extraídas do ópio é a morfina, nome que deriva da associação ao deus Morfeu. Noutros contextos - e, mais uma vez se refere que a interpretação de símbolos tem sempre de ser contextualizada - a papoila pode ser associada à extravagância e ignorância.
No contexto funerário, o seu significado mais óbvio é o do Sono Eterno, da Morte Pacífica.
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