Ao longo da história, a posição do Homem em relação à Morte foi sofrendo
alterações, de acordo com o espírito de cada época,
sendo que o tratamento dado aos restos mortais - sejam eles
ossos ou cinzas crematórias - reflecte sempre a perspectiva humana e o seu
entendimento da divindade.
Considerando a teoria de Arìes, podemos dizer que depois da Europa ter domesticado a Morte, passou a vê-la na prespectiva do próprio, do outro e por fim, escondendo-a dos olhos dos vivos, tendo neste expoente, não só isolado a Morte nos ambientes esterilizados dos hospitais, mas também - e especialmente - tornado o luto interdito, carregado a saudade e a tristeza com um peso que as tornou socialmente inaceitáveis.
E é neste contexto que volta a prosperar a cremação como prática comum junto das sociedades ocidentais; mas a revolução industrial e, mais tarde, a revolução tecnológica transformaram a forma como tratamos o produto resultante do processo de cremação, as cinzas crematórias (cremains).
Para além dos tratamentos mais comuns, como espalhar as cinzas em jardins-memoriais, concebidos para esse efeito, ou num local de especial interesse para o morto ou a família, passaram também a criar-se produtos específicos - como o caso da utilização das cinzas para sintetização de diamantes e criação de jóias de luto - ou, entre muitas outras coisas, a desenvolver formas de incorporar as cinzas no mundo natural .
Neste sentido, uma empresa da Flórida, a Eternal Reefs, oferece aos seus clientes a possibilidade de verem as cinzas dos entes queridos transformadas em recifes. Segundo a empresa, eles consideram que oferecem um serviço que:
«combines a cremation urn, ash scattering and a burial at sea into one meaningful permanent environmental tribute to a loved ones life»
A ideia de criar recifes artificiais nasceu para dar resposta à necessidade de reparar e preservar os recifes existentes na costa da Flórida.
Foi desenvolvida uma estrutura artificial, designada de reef ball, que promovia a fixação de espécies marinhas, sem causar danos no fundo do oceano, aguentando correntes e tempestades.
Durante a última década do século passado, milhares destas estruturas foram sendo construidas e integradas, transformando o projecto num sucesso.
A transformação destes recifes em memoriais para cinzas crematórias surgiu de forma inesperada, quando o sogro de um dos sócios da empresa pediu que colocassem as suas cinzas num deles; depois da morte e cremação, as cinzas foram entregues ao genro, que as misturou no cimento de construção de uma reef ball que foi colocada no mar, em Sarasota na Flórida.
Rapidamente, a ideia espalhou-se e a quantidade de pessoas a desejar ter as cinzas imortalizadas num recife aumentaram o suficiente para criar-se uma empresa apenas com esse objectivo. Assim, é possível "comprar" um lugar numa das reef balls, sendo que, dependendo do modelo, é possível conter as cinzas de duas a quatro pessoas. Existem até reef balls específicas para animais de estimação.
Tal como da primeira vez, o processo passa pela mistura das cinzas no cimento usado para criar a reef ball, podendo ainda serem criadas inscrições nas próprias estruturas que identificam as pessoas que aí estão imortalizadas.
Uma opção muito em voga junto dos amantes do oceano...
Foi desenvolvida uma estrutura artificial, designada de reef ball, que promovia a fixação de espécies marinhas, sem causar danos no fundo do oceano, aguentando correntes e tempestades.
Durante a última década do século passado, milhares destas estruturas foram sendo construidas e integradas, transformando o projecto num sucesso.
A transformação destes recifes em memoriais para cinzas crematórias surgiu de forma inesperada, quando o sogro de um dos sócios da empresa pediu que colocassem as suas cinzas num deles; depois da morte e cremação, as cinzas foram entregues ao genro, que as misturou no cimento de construção de uma reef ball que foi colocada no mar, em Sarasota na Flórida.
Rapidamente, a ideia espalhou-se e a quantidade de pessoas a desejar ter as cinzas imortalizadas num recife aumentaram o suficiente para criar-se uma empresa apenas com esse objectivo. Assim, é possível "comprar" um lugar numa das reef balls, sendo que, dependendo do modelo, é possível conter as cinzas de duas a quatro pessoas. Existem até reef balls específicas para animais de estimação.
Tal como da primeira vez, o processo passa pela mistura das cinzas no cimento usado para criar a reef ball, podendo ainda serem criadas inscrições nas próprias estruturas que identificam as pessoas que aí estão imortalizadas.
Uma opção muito em voga junto dos amantes do oceano...
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