No ensaio The Philosophy of Composition, Edgar Allan Poe partilha connosco uma reflexão acerca dos temas que considera mais melancólicos e mais poéticos.
Diz-nos o autor d' O Corvo:
Quando Isabella Casati (Α:1865 - Ω:1889), a belíssima esposa do Barão Gianluigi Casati, morreu com apenas vinte e quatro anos, a sociedade italiana ficou chocada.
O Barão Casati, certamente desgostoso, chamou o talentoso escultor italiano Enrico Butti, e encomendou-lhe uma obra em memória da falecida Isabella, com o objectivo de colocá-la no túmulo da família Casati, no Cemitério Monumentale de Milão.
Butti, aparentemente inspirado por um trabalho de Bartolini na igreja de Santa Croce, em Florença, optou por criar um bronze onde representa Isabela dormindo, reclinada em almofadas, com os braços pousados a acompanharem o corpo e, sobre o peito desnudado, um crucifixo.
Por detrás da figura, e suportado por mármore rosa, um baixo relevo de bronze reforça a ideia do consolatório sono de morte, onde anjos rodeados de estrelas aguardam, nos degraus da escada que conduz ao Paraíso, a chegada das almas.
Este peça é considerada uma das primeiras a transmitir a mensagem da morte doce, usando para isso a imagem de uma bela mulher que, enquanto dorme, morre, fazendo assim uma doce e serena travessia do mundo dos sonhos para a outra vida, onde anjos a esperam.
La Giovane Morta (The Dream of Death) traz-nos também uma componente levemente erótica, frequentemente presente na arte funerária onde são representadas adolescentes ou mulheres mais jovens, e que pode ser percebida pela sinuosa linha criada pelas mãos e ombros, pelos lábios cheios, pela exposição do peito e os longos cabelos, sensualmente dispostos sobre a almofada numa evocação à morte de Ofélia.
Em 1891 o monumento fez parte da Brera Triennale, em Milão, tendo sido um forte concorrente ao prestigioso prémio Principe Umberto.
A aclamação do público foi imediata e um respeitado e influente critico de arte considerou-a um magistral exemplo de uma nova Arte Ideísta.
Depois do trabalho de Enrico Butti, as imagens de jovens acamadas (dormindo) foi utilizada inúmeras vezes, em memoriais comemorativos de mulheres falecidas na força da idade.
A 2 de Novembro de 1891, o dia que a Igreja Católica consagra aos Fiéis Defuntos, o monumento foi inaugurado, tendo sido publicada uma reportagem desse evento na conceituada revista Illustrazione Italiana.
Ainda hoje, esta é uma das obras mais visitadas e fotografadas no cemitério Monumentale de Milão, fazendo obrigatoriamente parte das visitas guiadas que todos os dias enchem o cemitério de turistas.
Diz-nos o autor d' O Corvo:
'I asked myself - "Of all melancholy topics, what, according to the universal understanding of mankind, is the most melancholy?" Death - was the obvious reply. "And when", I said, "is this most melancholy of topics most poetical?" ... "When it most closely allies itself to Beauty": the death, then, of a beautiful woman is, unquestionably, the most poetical topic in the world.'Esta sublime temática poética de que nos fala Poe pode ser encontrada nos seus próprios poemas - recordo o clássico romântico Annabel Lee, genialmente traduzido para português por Fernando Pessoa - mas também noutras artes, como a pintura - por exemplo, já mencionado a propósito de Lizzie Siddal, Ophelia de Millais - ou a escultura. E é esta última forma de arte que reina na área da arte funerária.
Quando Isabella Casati (Α:1865 - Ω:1889), a belíssima esposa do Barão Gianluigi Casati, morreu com apenas vinte e quatro anos, a sociedade italiana ficou chocada.
O Barão Casati, certamente desgostoso, chamou o talentoso escultor italiano Enrico Butti, e encomendou-lhe uma obra em memória da falecida Isabella, com o objectivo de colocá-la no túmulo da família Casati, no Cemitério Monumentale de Milão.
Butti, aparentemente inspirado por um trabalho de Bartolini na igreja de Santa Croce, em Florença, optou por criar um bronze onde representa Isabela dormindo, reclinada em almofadas, com os braços pousados a acompanharem o corpo e, sobre o peito desnudado, um crucifixo.
Por detrás da figura, e suportado por mármore rosa, um baixo relevo de bronze reforça a ideia do consolatório sono de morte, onde anjos rodeados de estrelas aguardam, nos degraus da escada que conduz ao Paraíso, a chegada das almas.
Este peça é considerada uma das primeiras a transmitir a mensagem da morte doce, usando para isso a imagem de uma bela mulher que, enquanto dorme, morre, fazendo assim uma doce e serena travessia do mundo dos sonhos para a outra vida, onde anjos a esperam.
La Giovane Morta (The Dream of Death) traz-nos também uma componente levemente erótica, frequentemente presente na arte funerária onde são representadas adolescentes ou mulheres mais jovens, e que pode ser percebida pela sinuosa linha criada pelas mãos e ombros, pelos lábios cheios, pela exposição do peito e os longos cabelos, sensualmente dispostos sobre a almofada numa evocação à morte de Ofélia.
Em 1891 o monumento fez parte da Brera Triennale, em Milão, tendo sido um forte concorrente ao prestigioso prémio Principe Umberto.
A aclamação do público foi imediata e um respeitado e influente critico de arte considerou-a um magistral exemplo de uma nova Arte Ideísta.
Depois do trabalho de Enrico Butti, as imagens de jovens acamadas (dormindo) foi utilizada inúmeras vezes, em memoriais comemorativos de mulheres falecidas na força da idade.
A 2 de Novembro de 1891, o dia que a Igreja Católica consagra aos Fiéis Defuntos, o monumento foi inaugurado, tendo sido publicada uma reportagem desse evento na conceituada revista Illustrazione Italiana.
Ainda hoje, esta é uma das obras mais visitadas e fotografadas no cemitério Monumentale de Milão, fazendo obrigatoriamente parte das visitas guiadas que todos os dias enchem o cemitério de turistas.
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